tag:blogger.com,1999:blog-31766346232265406132024-02-29T06:56:35.530-08:00ComunidadesIsmar Capistranohttp://www.blogger.com/profile/02111665763187169879noreply@blogger.comBlogger141125tag:blogger.com,1999:blog-3176634623226540613.post-18982563311070294652018-01-15T10:56:00.000-08:002018-01-15T11:01:08.665-08:00O diálogo para além do encontro<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcT67KJxeJ5dH3ZoNnqgLdxH2PXRqUBnSgomLyKZP07q8XcBOjri" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="186" data-original-width="270" src="https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcT67KJxeJ5dH3ZoNnqgLdxH2PXRqUBnSgomLyKZP07q8XcBOjri" /></a></div>
<div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 10pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: calibri; font-size: 14.6667px; white-space: pre-wrap;">Depois de anos, decidi reler Paulo Freire. No início da década passada, quando fiz uma especialização em Docência do Ensino Superior, tive o primeiro contato mais sistemático com o educador brasileiro, mas restrito ao estudo de obras mais voltadas para a didática, como a “Educação como prática da liberdade” e “Pedagogia da Autonomia” que se tornaram referência para meu trabalho de conclusão daquele curso. Claro que minha relação com o educador, vem de bem antes, com as práticas do método “Ver-Julgar-Agir” no movimento pastoral e popular na década de 1980. </span><br />
<span style="font-family: calibri;"><span style="font-size: 14.6667px; white-space: pre-wrap;"><br /></span></span>
<span style="font-family: calibri;"><span style="font-size: 14.6667px; white-space: pre-wrap;">Mais tarde no mestrado, construindo a dissertação, me deparo inesperadamente com Freire, quando descobri que minha principal referência, Jesús Martín-Barbero, tinha sido inspirado pelas leituras do educador. Agora, num tempo marcado por profundos sectarismos retorno a leitura de Freire, com sua obra mais densa, “A Pedagogia do Oprimido”. A profundidade da escrita do educador me surpreendeu, principalmente, para um leitor acostumado com seus escritos didáticos. Os conceitos, apresentados neste livro, de horizontalizar a educação, da diferença entre radicalismo e sectarismo e da contextualização a partir dos temas geradores, além de fundamentais, continuam revolucionários. Pouco conseguimos aplica-los não só na sala de aula, mas em nossas vidas sociais e política. </span></span><br />
<span style="font-family: calibri;"><span style="font-size: 14.6667px; white-space: pre-wrap;"><br /></span></span>
<span style="font-family: calibri;"><span style="font-size: 14.6667px; white-space: pre-wrap;">No entanto, minha relação de leitura com Freire é também bem paradoxal. Além de uma repulsa ao reducionismo dialético freiriano (como se obrigatoriamente todos os fenômenos sociais, fossem desenrolados pelo trinômio tese-antítese-síntese),</span></span><span style="font-family: calibri; font-size: 14.6667px; white-space: pre-wrap;"> vejo fortes contradições no autor. Ao mesmo tempo que ele tem como princípios o papel crítico, a problematização da realidade, o diálogo e o “ser mais” , Freire apresenta um inevitável autoritarismo na defesa de suas ideias. A autenticidade, o homem como ser da comunicação e o diálogo como um encontro amoroso entre as pessoas são axiomas não questionados em sua escrita. O ser autêntico, que não é definido nem problematizado, serve de critério de reprovação ou aprovação moral de alguns comportamentos descritos. O homem como ser da comunicação e a vocação do “ser mais” são ideias jogadas sem conceitos, sem questionamentos nem oposições. Tudo isso para defender no fim a crença da superioridade e onipresença no conhecimento intelectual e de uma razão universal e verdadeira.</span><br />
<span style="font-family: calibri;"><span style="font-size: 14.6667px; white-space: pre-wrap;"><br /></span></span>
<span style="font-family: calibri;"><span style="font-size: 14.6667px; white-space: pre-wrap;">Comecemos a pensar pelo fim: existe um logos-razão universal único que se impõe-sobrepõe-perpassa todas as representações sobre o mundo e as culturas? Como se sustenta essa ideia, se a racionalidade é uma construção social e histórica, condicionada pelos contextos específicos, podendo ter em cada pensamento racional significados, versões, representações e posições singulares, divergentes e não relacionáveis? Tomemos o seguinte exemplo, adaptado a partir do livra “A ideia de Justiça” de Amartya Sen. Três crianças disputam a posse de uma flauta, compartilhada durante uma temporada de férias. Como vão regressar para suas casas e irão viver longe, só uma poderá ficar com o instrumento. Todas são carentes e possuem uma razão para pleitear a posse. A primeira foi quem fabricou, com recursos comuns, a flauta, mas não sabe tocá-la. A segunda reivindica porque possuía semelhante instrumento, que lhe foi furtado, quando começava a aprender a tocá-lo. A terceira quer a flauta porque é a única que realmente sabe tocar, podendo assim desenvolver seu conhecimento. Diante de uma situação destas qualquer tentativa de excluir um dos plausíveis argumentos será totalmente subjetiva. A razão se apresenta assim inevitavelmente parcial e insuficiente para uma tomada de decisão, por mais, que se tente forçar um diálogo em busca do mérito das argumentações. Talvez o máximo que se consiga, num debate deste, é a vitória da performance da retórica ou sobreposição da insistência sobre o cansaço. Ambas situações não possuem qualquer sustentação na construção horizontal de uma racionalidade universal e dialógica (no sentido de encontro amoroso entre os homens). Pelo contrário, representam uma forma de opressão da persuasão ou do ativismo.</span></span><br />
<span style="font-family: calibri;"><span style="font-size: 14.6667px; white-space: pre-wrap;"><br /></span></span>
<span style="font-family: calibri;"><span style="font-size: 14.6667px; white-space: pre-wrap;">Ademais da necessidade de re-des-construir o mito do logos universal e da superioridade do conhecimento intelectual, tão propagado desde positivismo científico de Augusto Comte, por mais que se busque a horizontalidade e a participação na sua construção, é necessário questionar também os limites do diálogo. Num ambiente de múltiplas e, muitas vezes, divergentes racionalidades, como o diálogo pode ser considerado como um encontro amoroso das pessoas¿ O diálogo também não o é quase sempre conflitivo? O que condiciona as posições das pessoas numa relação dialógica são sempre posicionamentos racionais ou, na maioria das vezes, sentimentos (empatias, frustações, traumas, crenças...)? E sendo assim qual o papel dos sentimentos nas relações sociais? Devem estar a reboque, reprimidos e sob controle do logos pretensamente universal? Como equalizar sentimentos subjetivos e razões particulares? Talvez, Freire respondesse com a fé incondicional no radicalismo do ser mais das pessoas. Mas essa fé não é tão só mais uma das muitas expressões políticas culturais possíveis, que, para ter validade, necessariamente deverá ser compartilhada com todos e todas? Vê-la diferente não é manifestação do autoritarismo?</span></span><br />
<span style="font-family: calibri;"><span style="font-size: 14.6667px; white-space: pre-wrap;"><br /></span></span>
<span style="font-family: calibri;"><span style="font-size: 14.6667px; white-space: pre-wrap;">O diálogo, sem sombras de dúvidas, é fundamental na vida social. Através dele podemos nos encontrar, debater, compartilhar pensamentos, trocar e conflitar ideais, mas dificilmente conseguimos chegar a um consenso porque o que nos faz pessoas são nossas diferenças, caso contrário, seriamos simplesmente simulacros sem personalidades, em outras palavras, cópias um dos outros. Nesta condição, o diálogo, pensado nesta inevitável condição agonística, como nos ensina a pesquisadora belga Chantal Mouffe, parte da humilde meta de construir acordos razoáveis, que não necessariamente vão mudar nossa forma de ver o mundo ou superar nossas diferenças, mas vão ser tecidos transparente e intencionalmente para possibilitar nossa tolerância, coabitação e convivência. São cessões que, muitas vezes, ferem nossas convicções e nossa - tão exaltada por Freire – autoconsciência. São decisões diante dos conflitos intransponíveis, baseadas na alteridade e na reciprocidade. Pensar no outro e fazer (exigir) que o outro também pense em nós. E aí podemos encontrar algo bem mais humilde e altero do que o “ser mais” e mais viável do que a crença na razão universal: a razoabilidade da política. Assim a educação é também um ato político, que, além de partilhar conhecimentos, possibilita o respeito e a aceitação de outros conhecimentos que divergem da ciência. </span></span><br />
<span style="font-family: calibri;"><span style="font-size: 14.6667px; white-space: pre-wrap;"><br /></span></span>
<span style="font-family: calibri;"><span style="font-size: 14.6667px; white-space: pre-wrap;">Referências:</span></span><br />
<span style="font-family: calibri;"><span style="font-size: 14.6667px; white-space: pre-wrap;">FREIRE, Paulo. Educação como prática da liberdade. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1977.</span></span><br />
<span style="font-family: calibri;"><span style="font-size: 14.6667px; white-space: pre-wrap;">__________. Pedagogia da autonomia. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2000.</span></span><br />
<span style="font-family: calibri;"><span style="font-size: 14.6667px; white-space: pre-wrap;">__________. Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1983.</span></span><br />
<span style="font-family: calibri;"><span style="font-size: 14.6667px; white-space: pre-wrap;">MARTÍN-BARBERO, Jesús. Ofícios de cartógrafo: travessas latino-americanas da comunicação na cultura. SP: Ed. Loyola, 2004. </span></span><br />
<span style="font-family: calibri;"><span style="font-size: 14.6667px; white-space: pre-wrap;">MOUFFE, Chantal. O regresso do político. Lisboa: Gradiva, 1986. </span></span><br />
<span style="font-family: calibri;"><span style="font-size: 14.6667px; white-space: pre-wrap;">SEN, Amartya. A ideia de Justiça. São Paulo: Companhia das Letras, 2011. </span></span></div>
Ismar Capistranohttp://www.blogger.com/profile/01561352613362964489noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3176634623226540613.post-70791314918311651582018-01-15T10:49:00.000-08:002018-01-15T10:49:02.843-08:00A educação a partir da comunicação<div style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #555555; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 16px; text-align: center; word-wrap: break-word;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://www.ufrgs.br/ufrgs/noticias/obra-de-jesus-martin-barbero-e-tema-de-debates/image" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="http://www.ufrgs.br/ufrgs/noticias/obra-de-jesus-martin-barbero-e-tema-de-debates/image" data-original-height="533" data-original-width="800" height="213" width="320" /></a></div>
<div style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #555555; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 16px; text-align: justify; word-wrap: break-word;">
A escola já não possui, segundo Jésus Martín-Barbero, centralidade nos processos de socialização dos saberes. A educação formal não é a principal referência de conhecimento para jovens e adolescentes que, muitas vezes, aprendem com mais facilidade a partir das informações que circulam na internet, nos jogos eletrônicos, nas séries da TV e nas músicas das rádios. Alguns inclusive passam mais tempo usando estas tecnologias do que na sala de aula.</div>
<div style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #555555; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 16px; text-align: justify; word-wrap: break-word;">
<br /></div>
<div style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #555555; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 16px; text-align: justify; word-wrap: break-word;">
Esta tese do filósofo hispano-colombiano desenvolvida no livro “A comunicação na educação”, me fez recordar quando coordenava um Grupo de Trabalho de Comunicação e Educação na Conferência Regional da Comunicação do Sertão Central em 2010. Depois de quase intermináveis acusações sobre as deficiências escolares, uma professora tomou a fala e retrucou: “a escola não pode ser vista ou tratada como a culpada ou a solução de todos os problemas sociais”. Ela citou um exemplo de uma iniciativa de educação sexual que ela ministrou em sua turma do ensino fundamental. Através de um material didático aparentemente atrativo com uma colorida programação visual e repleto de ilustrações, ela iniciou a aula falando sobre os órgãos genitais e a reprodução sexual. Em pouco tempo, os estudantes, adolescentes do ensino fundamental, começaram a rir. Ela pensou que era uma manifestação da surpreendente novidade. A professora rapidamente questionou o motivo das risadas, mas quem se surpreendeu foi ela com a resposta: “Tia, nós já vimos isso com pessoas de verdade na internet e não com desenhos e bonecos! Hahahahaha!”. A constrangedora situação diminuiu as dúvidas da professora sobre o atual lugar da escola na disputa dos sentidos sociais e do conhecimento.</div>
<div style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #555555; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 16px; text-align: justify; word-wrap: break-word;">
<br /></div>
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A situação denominada,por José Luís Braga, no livro “A sociedade enfrenta a midia”, de midiatização demonstra a centralidade que a mídia possui nas sociedades contemporâneas. Os meios de comunicação não são só referência na educação, mas se tornaram centrais em quase todas as relações sociais. Os processos de exclusão-inclusão de valores, modos de vida, grupos sociais e saberes são reforçados e consolidados pela comunicação midiática. O debate público sobre as decisões políticas é negado, distorcido ou realizado pelos meios massivos. A vida pessoal é, muitas vezes, organizada em rotinas que necessitam do acesso à internet, da leitura de impressos, da assistência da televisão e-ou da audiência do rádio. Assim, mesmo que não sejam educativos, os meios inevitavelmente educam porque partilham os sentidos sobre a vida social. A questão é qual tipo de educação a mídia promove.</div>
<div style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #555555; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 16px; text-align: justify; word-wrap: break-word;">
<br /></div>
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Paulo Freire já, na década de 1960, nos alertava que a educação é uma prática comunicativa que pode ser vertical e autoritária, concentrando a fala e o conhecimento num pólo emissor ou pode ser horizontal, ou democrática, possibilitando a participação ampla na construção coletiva dos saberes. Opondo-se à educação que ele denomina de bancária, o educador propõe assim que esta prática seja o encontro amoroso das pessoas, que mediatizadas pela palavra, possam dialogar, isto é, construam a educação pela respeitosa troca de ideias, opiniões, informações e emoções. Este encontro só constrói sentidos horizontais ao relacionar-se com os diversos conhecimentos locais que circulam entre educador e educando, realizando a leitura dos textos a partir dos contextos.</div>
<div style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #555555; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 16px; text-align: justify; word-wrap: break-word;">
<br /></div>
<div style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #555555; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 16px; text-align: justify; word-wrap: break-word;">
Desta maneira, para possibilitar uma educação emancipadora, os meios de comunicação massivos precisam passar por uma radical e profunda mudança de suas práticas, processos e posturas. Ser uma mídia educativa significa não só inserir temas transversais, como cidadania, saúde e meio ambiente, em sua programação, mas tornar-se uma mídia participativa. Ou seja, a comunicação educativa exige a democratização dos meios que possam ter programação, produção, planejamento e gestão horizontalizados, estando no controle do público e não dos interesses empresarial que promovem predominantemente o consumismo insustentável, a distorção da política e a marginalização das diferenças.</div>
<div style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #555555; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 16px; text-align: justify; word-wrap: break-word;">
<br /></div>
<div style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #555555; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 16px; text-align: justify; word-wrap: break-word;">
Mesmo com todas as dificuldades, a educação formal pode assumir dois papéis neste processo, que podem colaborar inclusive para o reposicionamento social da escola. O primeiro é a promoção da leitura crítica dos meios de comunicação. Os estudantes não podem restringir seus conhecimentos à aprendizagem da leitura a textos literários e acadêmicos. É fundamental aprender ler a internet, os jornais, a televisão, o cinema… Para isso, é preciso compreender quais os interesses que permeiam a produção, o que foi omitido, as informações priorizadas e distorcidas e quais as consequências sociais. A escola deve também tornar-se um ecossistema de comunicação midiática, como defende o professor da USP, Ismar Soares de Oliveira. A criação de uma rádio, um jornal, blog, redes sociais e vídeos no ambiente escolar possibilitam não só a expressividade dos estudantes, como também repensar as relações entre discentes e docentes, rompendo com a centralidade da fala destes últimos. Além disso, a apropriação dos meios, possibilita os estudantes compreenderem suas competências e entenderem que todos possuímos o direito de comunicar-se. Este processo é denominado por autores como Cristina Matta, Cicília Peruzo e Elfrandy Maldonato de cidadania comunicativa.</div>
<div style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #555555; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 16px; text-align: justify; word-wrap: break-word;">
<br /></div>
<div style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #555555; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 16px; text-align: justify; word-wrap: break-word;">
Trazer a produção e a discussão da mídia para a educação, desloca a importância dos meios para a escola. A educação passa a ser ambiente de articulação dos saberes que permeiam os diversos espaços comunicacionais. Acima de tudo, torna-se, sem grandes ambições, um espaço de debate, sobre a reflexividade entre meios e sociedade. Este deslocamento pode empoderar a legitimidade e o papel social da educação e repensar as práticas comunicativas.</div>
Ismar Capistranohttp://www.blogger.com/profile/01561352613362964489noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3176634623226540613.post-84996373856888819382017-04-07T17:17:00.000-07:002017-04-07T17:32:54.840-07:00O jornalismo está se transformando em marketing de conteúdo?<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEji5bp722Te_mujtwqClbnu9vOl66F5lE8oBrLSpRkRWqQqDOXH3GfbxrOQP7PkyJ_qgBzmh_8CDhADuJ9B48sFtF7CVNaSrPL6tBBeS-gjotjK9fL4yTKToT9LeclM_qxthSUdglk4d6iQ/s1600/marketing_de_conteudo.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEji5bp722Te_mujtwqClbnu9vOl66F5lE8oBrLSpRkRWqQqDOXH3GfbxrOQP7PkyJ_qgBzmh_8CDhADuJ9B48sFtF7CVNaSrPL6tBBeS-gjotjK9fL4yTKToT9LeclM_qxthSUdglk4d6iQ/s320/marketing_de_conteudo.jpg" width="320" /></a></div>
<div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial"; font-size: 11pt; white-space: pre-wrap;">Produtor de notícias é o conceito sintético, dentre as tantas definições possíveis, para o profissional do jornalismo. Mas não menos problemático é o conceito de notícia, que pode ir do reflexo fiel da realidade da Teoria do Espelho à complexa Rede Noticiosa de news promoters (fontes), news assemblers (jornalistas) e news consumers (consumidores de notícias), elaborada pela socióloga Guye Tuchman. Novamente, utilizando uma definição residual, Marques de Melo considera notícias como fatos atuais de relevância pública.</span></div>
<div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: "arial"; font-size: 11pt; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><br /></span></div>
<div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: "arial"; font-size: 11pt; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Quando pensamos na atualidade significa que um dos critérios de seleção dos fatos é a ancoragem no presente. Memórias e prognósticos, geralmente, só se tornam produtos jornalísticos quando articulados com o tempo atual. Já a definição de fatos nos põe num ambiente turvo, pois esbarramos no conceito de acontecimentos da realidade. A epistemologia, ao menos desde os Clássicos Gregos, discute esta relação do conhecimento com o mundo real. Entre as diversas correntes, estão os transcendentalistas que defendem a inevitável mediação do acesso à realidade por nossas representações, estruturadas por meio da linguagem, visões de mundo e modos de vida. Assim, os fatos são diversos não só pela infindável quantidade de acontecimentos, mas pelas diversas visões sobre esses. Para o jornalista aproximar-se da realidade, precisa respeitar esta diversidade, construindo notícias com as mais diferentes versões sobre os fatos. Esta é, para Francisco Karam, a base do Direito Social à Informação, conceito tecido durante a Segunda Grande Guerra Mundial, pelo jornalista da France Press, Paul-Louis Bret, que reivindica a garantia da produção jornalística com pluralidade. Junto com a Liberdade de Expressão e as Políticas de Regulação compõe a tríade constituinte do Direito à Comunicação. Então, o papel social do jornalismo está intimamente ligado à pluralidade informacional. Além de diversas e atuais, as notícias devem ser fatos de interesse público, isto é, não podem tratar de questões de foro privado e precisam contribuir com a vida social.</span></div>
<div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: "arial"; font-size: 11pt; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><br /></span></div>
<div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: "arial"; font-size: 11pt; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Na vivência cotidiana das redações, estes conceitos enfrentam obstáculos quase intransponíveis. O primeiro é a estrutura organizacional dos próprios meios de comunicação. Como lembra Marques de Melo, a notícia é um produto de uma teia de articulações de interesses que vão das expectativas dos públicos e dos valores-notícia dos jornalistas aos interesses econômicos, políticos e culturais das empresas jornalísticas. Assim a relevância social e a pluralidade dos fatos é negociada ou, na maior da parte das vezes, se submete às estratégias para conquistar audiências, anunciantes e apoios políticos. O ethos empresarial pode predominar não por uma explícita manipulação da produção jornalística, mas por ações de constrangimento e de estímulo, que transitam implicitamente entre os jornalistas, como num processo de osmose. O segundo obstáculo que enfrenta a produção de notícias plurais e socialmente relevantes é, de acordo com Guye Tuchman, a ditadura do "dead line', isto é, da hora de fechamento das notícias. Como qualquer produto comercial, o jornalismo obedece padrões de veiculação e circulação com tempos e espaços previamente definidos. Assim, o jornalista tem hora e espaço delimitados para concluir e publicar a apuração das informações, o que, muitas vezes, compromete a pluralidade da notícia. Em tempo de internet e redes sociais digitais, a hora do fechamento se torna cada vez mais curta, podendo ser inclusive o próximo minuto.</span></div>
<div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial"; font-size: 11pt; white-space: pre-wrap;"><br /></span></div>
<div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial"; font-size: 11pt; white-space: pre-wrap;">Uma notícia sem pluralidade ou sem relevância social se torna um material publicitário, atualmente denominado de marketing de conteúdo. São fatos que podem ser produzidos com várias qualidades informacionais (como densidade, profundidade, objetividade...), mas apresentando apenas uma das possíveis versões da realidade em benefício de um anunciante. Este produto se torna imprescindível, principalmente, numa época não só de blogueiros e youtubers, mas também da incessante necessidade de conteúdos para abastecer os perfis nas redes sociais de empresas, governos, políticos e até organizações sociais. Os veículos jornalísticos não ficam de fora. Constantemente, produzem este tipo publicidade, enganosamente apresentada como notícias. Não são raras as matérias dos meios massivos que não respeitam o direito de resposta, que apresentam apenas uma versão (geralmente a oficial ou de grupos economicamente dominantes) ou privilegiam uma fala em detrimento da marginalização de outras retratadas. Assim, num tempo de convergência de processos, produtos, meios, formatos, empresas e consumo, o jornalista vive o desafio se distanciar da produção desta infopublicidade velada, mesmo tendo quase todas as condições de trabalho contrárias a isso. </span></div>
Ismar Capistranohttp://www.blogger.com/profile/01561352613362964489noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3176634623226540613.post-59163550483759450282017-02-23T13:44:00.000-08:002017-02-23T13:44:35.390-08:00A partilha da produção do conhecimento<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhCKWDPKkWpBgUyHfYvTintw3I3RY7365yN7HDrnafTSyxAinkZPAb4j2NaBkHzQkEzbZ9iZwbDYZIMo4d4ZH-iRkbTYoDqFxY5_3f3WeJFHYuS2owS51lQjlkCu6R50fraDLyYD5CKNCsQ/s1600/Conferencia-de-Jes%25C3%25BAs-Galindo.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="212" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhCKWDPKkWpBgUyHfYvTintw3I3RY7365yN7HDrnafTSyxAinkZPAb4j2NaBkHzQkEzbZ9iZwbDYZIMo4d4ZH-iRkbTYoDqFxY5_3f3WeJFHYuS2owS51lQjlkCu6R50fraDLyYD5CKNCsQ/s320/Conferencia-de-Jes%25C3%25BAs-Galindo.jpg" width="320" /></a></div>
O pesquisador social mexicano Jesús Galindo Cáceres aponta três
etapas na produção do conhecimento científico. A primeira é o processo
de exploração, que se dá no contato do pesquisador com a realidade,
elaborada por fluxos de impressões e expressões e registrada em
instrumentos como diário de campo, gravações, imagens e relatórios. É o
momento de conexão com um mundo que deve estar além das construções
simbólicas anteriormente organizadas. É uma relação conflitiva porque os
pressupostos, inclusive que fundamentam a pesquisa, podem ser
contrariados e as convicções, confrontadas, por isso, o investigador
necessita cultivar um desapego a seu saber prévio e até a suas
motivações, sabendo que só assim poderá produzir e acumular novos
conhecimentos.<span id="more-2089"></span><br />
<br />
Através do erro e da falibilidade de experimentos e de pressupostos,
como defende o realismo débil do filósofo alemão Jürgen Habermas, é
possível a ciência evoluir e encontrar algo da realidade além das
construções simbólicas dos pesquisadores, nas quais inevitavelmente
todos estão submetidos. Nas ciências sociais, é o momento para
relacionar-se com as diferenças e divergências. O principal desafio se
constitui assim em tirar a tolerância e alteridade dos conceitos
abstratos para transformá-los em ações que promovam a coabitação,
colaboração e solidariedade nas diversas circunstâncias da pesquisa.
Aceitar o outro significa também, muitas vezes, conviver com costumes e
valores contrários ao do próprio pesquisador, que para isso precisa
exercitar um desapego não só de seu conhecimento, mas de sua própria
cultura e crenças.<br />
<br />
Depois desse difícil e rico momento, a etapa seguinte de descrição
desafia o pesquisador a transfigurar os dados coletados em novas
representações sobre a realidade. A partir da elaboração dos mapas
detalhados, traçados na exploração em todas as dimensões e versões
possíveis, inclusive nas contraditórias, se descreve o mundo
investigado. No entanto, é um inevitável processo de desgaste quando
dados são perdidos, esquecidos ou descartados. O pesquisador sempre
estará diante de uma realidade muito mais ampla do que sua capacidade de
nomeação. Recortes e escolhas precisam ser tomadas, mas estas ações e
seus critérios devem ser transparentes, principalmente para não causar a
falsa impressão que pesquisa dá conta de uma realidade muito mais vasta
do que a representada. Estas seleções necessitam ainda, como na etapa
anterior, cultivar o desapego de apresentar também o conhecimento que
contraria os conceitos <i>a priori</i>, possibilitando dar clareza à inovação e ao acúmulo do conhecimento produzido.<br />
<br />
A terceira etapa, proposta por Cárceres, é a de significação, o
momento de sintetizar, configurar e teorizar as experiências vivenciadas
em campo. É a ocasião da mais intensa relação de dados com os conceitos
anteriores e sucessores, gestados a partir das experiências de
exploração e descrição. A significação deve comprovar que a
sistematização teórica é uma construção simbólica imprescindivelmente
conectada à realidade investigada. É quando a comunicação científica é
tecida por meio dos mais diversos relatórios de pesquisa, como teses,
dissertações, monografias e artigos. Há uma dupla preocupação. Primeiro a
profundidade do texto com a, mesmo que editada, diversa e vasta
realidade retratada. A segunda é a compreensão de quem é o público
leitor e qual o endereçamento necessário para atender suas expectativas.<br />
<br />
Para dar conta deste mundo tão vasto e diverso relacionado a
conceitos, que possibilitam uma profunda representação concatenada
plasivel e logicamente nas várias capilaridades da realidade, o
pesquisador, muita vezes, transgride um dos princípios fundamentais da
linguagem: a clareza. A comunicação científica, por isso, constrói,
muitas vezes, textos prolixos que refletem este embaraço nas frases com
várias subordinações e adjetivações e nos neologismo ou metáforas dos
conceitos. Mas para quem é produzida a comunicação científica?
Destina-se à comunidade de especialistas da área ou aos leitores leigos?
Se forem para os primeiros, é necessário compreender que este processo,
denominado de difusão científica, visa não só por este conhecimento a
disposição para o acúmulo em novas pesquisas, mas colocá-lo à prova e ao
crivo de outros pesquisadores que, assim, poderão verificá-lo,
questioná-lo, refina-lo e ou refutá-lo.<br />
<br />
No entanto, a elaboração de uma comunicação científica voltada para a
comunidade especializada exige outro momento posterior à significação
que traduz para os diversos públicos, nos quais a ciência encontra não
só sua legitimidade, mas seu papel social. Esta etapa, que acrescento à
proposta de Cáceres, denomino aqui de partilha, podendo ser nomeada nas
universidades de extensão. É composta, além da tradução ou divulgação
científica, pelo diálogo entre saberes e pela distribuição ou aplicação
dos conhecimentos. A tradução não é tão somente um momento de
popularização da ciência (algumas vezes, confundida com a
espetacularização promovida pelos meios de comunicação massivos), mas é o
delicado momento de seleção de quais informações são imprescindíveis
aos públicos e quais os possíveis prejuízos do descarte de dados.<br />
<br />
É um
processo compensatório quando se mede os desgastes à ciência e sua
apropriação pelos variados público, que não só pode produzir benefícios
sociais, mas inevitavelmente modifica os significados tecidos, algumas
vezes, até subvertendo-os. Este é o irrefutável diálogo, só reconhecido
quando, além da tradução e atenção à apropriação dos significados
partilhados, há compreensão dos múltiplos saberes e que a ciência é,
junto com a arte, o senso comum, o jornalismo e a religião, uma destas
possibilidades, não necessariamente superior ou inferior, de
representação da realidade. A singularidade do conhecimento científico
pode estar no compromisso que deve possuir não só de melhorar a
qualidade de vida, mas que esta seja sustentavelmente distribuída aos
diversos públicos de interesse que, neste processo, poderão demandar e
criar condições para produção de um novo conhecimento científico mais
refinado e aprofundado.<br />
<br />
<b>Referências:</b><br />
HABERMAS, Jurgen. <b>Verdade e justificação. Ensaios filosóficos.</b> São Paulo: Ed. Loyola, 2004.<br />
GALINDO CÁCERES, Luís Jesús. <b>Sabor a ti: metodologia cualitativa en la investigación social.</b> Xalapa: Universidad Veracruziana. 1997.Ismar Capistranohttp://www.blogger.com/profile/01561352613362964489noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3176634623226540613.post-38006445095235702672017-01-23T19:02:00.001-08:002017-01-23T20:00:15.882-08:00Repórter Cuca: juventude e comunicação a favor da cidadania<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh_SD54zyWvvdkM3Anw0O5J054Qxo1ToAtQbVc5fHdcG3tH-fnyc94ZbpIID-X5pe5dBstBtQMxXUVkB4fKczHZoFr2HKdBphuxP0mABgqA5YQuHAiHzsDbml5M84UzNbM3C0tvlQ550AI/s1600/reporter+cuca.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="230" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh_SD54zyWvvdkM3Anw0O5J054Qxo1ToAtQbVc5fHdcG3tH-fnyc94ZbpIID-X5pe5dBstBtQMxXUVkB4fKczHZoFr2HKdBphuxP0mABgqA5YQuHAiHzsDbml5M84UzNbM3C0tvlQ550AI/s400/reporter+cuca.png" width="400" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<br />
Integrar jovens e formar cidadãos são os principais propósitos da Rede de Centros Urbanos de Cultura, Arte, Ciência e Esporte (Rede Cuca) em Fortaleza. Congregando esses objetivos à necessidade de divulgar os projetos e atividades da Rede, surgiu o Repórter Cuca: um programa de formação em comunicação e produção de conteúdos para jovens entre 15 e 29 anos. Composto por 12 integrantes, sendo seis para cada Cuca, o programa é responsável pela cobertura das atividades culturais e sociais dos centros, além de produzir notícias voltadas aos interesses da juventude e ao respeito aos direitos humanos.<br />
<br />
A equipe do Repórter Cuca divulga a agenda cultural em meios digitais e
na rádio de alto-falantes dos Cucas, publica pequenos vídeos e
reportagens – entre um e dez minutos de duração – no canal Comunicação
Popular do YouTube e também gerencia uma página própria no Facebook.
<br />
<b><br />Escute a entrevista de Nágela Gois, ex-participante do Repórter Cuca e estudante de Jornalismo, sobre o projeto:<br /></b><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe frameborder="no" height="166" scrolling="no" src="https://w.soundcloud.com/player/?url=https%3A//api.soundcloud.com/tracks/304227620&color=00aabb&auto_play=false&hide_related=false&show_comments=true&show_user=true&show_reposts=false" width="100%"></iframe>
</div>
<br />
Caroline Souza é estudante de uma Escola Estadual de Educação
Profissional (EEEP) e estagiária do projeto, ela afirma que os jovens
têm total liberdade de edição e de produção, mas que muitas vezes as
produções realizadas acabam à divulgação de agenda. A estudante conta
também que seu estágio é de quatro horas diárias durante o turno da
tarde.<br /><br />Tábata Campos iniciou no meio da comunicação como repórter Cuca na unidade Barra do Ceará. A universitária – que também estagia no setor de comunicação da Rede Cuca – afirma que, por causa da liberdade, existem algumas diferenças entre as produções dos três centros. “Na Barra é muito forte a questão do rádio, fazíamos muitas produções: spots, flashes etc. Aqui (no Mudubim) tem mais impresso e internet”, comenta.<br />
<br />
As seleções para o programa Repórter Cuca ocorrem, no geral, de dois em dois anos. Para participar, os candidatos devem preencher uma ficha de inscrição na coordenação dos Cucas e apresentar cópias do RG e CPF. Ainda é necessário também ter participado de algum programa ou curso ofertados pela Rede Cuca.<br />
<br />
<b>Confira uma das produções do Repórter Cuca:</b><br />
<br />
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/HoWbwvYPQ8w" width="560"></iframe><br />
<br />
<br />
<b>Expediente: </b><br />
<b>Texto/Imagens:</b> Paulo Cardoso, Daniel Rezende e Emanuel Denizard<br />
<b>Podcast:</b> Lérida Freire<br />
<b>Vídeo e Edição Final:</b> Yngrid Matsunobu<br />
<br />
Reportagem realizada pelos alunos de Jornalismo, da Universidade Federal do Ceará, sob orientação do Prof. Dr. Ismar Capistrano.Yngrid Matsunobuhttp://www.blogger.com/profile/04252843176590855882noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3176634623226540613.post-13828980888274583852017-01-20T17:13:00.000-08:002017-01-20T17:13:31.066-08:00Rádio Comunitária Benfica<h2 style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: center;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: 'Times New Roman'; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 700; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Rádios comunitárias – a importância da democratização da comunicação</span></h2>
<b id="docs-internal-guid-987a07d7-be7a-a806-ba8e-7549069f62ce" style="font-weight: normal;"><br /></b>
<div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify; text-indent: 36pt;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: 'Times New Roman'; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Os direitos à liberdade de expressão e ao acesso à informação são garantidos pela </span><a href="http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm" style="text-decoration: none;"><span style="background-color: transparent; color: #1155cc; font-family: 'Times New Roman'; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: underline; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Constituição Federal</span></a><span style="background-color: transparent; color: black; font-family: 'Times New Roman'; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">. Contudo, apesar do crescimento da internet, que vem alterando a lógica da produção de notícias e as relações entre produtor e leitor, o acesso da população à grande mídia ainda é desigual e, em muitos casos, insuficiente.</span></div>
<b style="font-weight: normal;"><br /></b>
<div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify; text-indent: 36pt;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: 'Times New Roman'; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Para tentar suprir a demanda de cobertura de locais esquecidos ou pouco cobertos pela mídia convencional, os próprios moradores podem reunir-se e criar um veículo de comunicação de circulação local. Os preferidos, geralmente, são os sistemas de alto-falantes ou rádios comunitárias, que podem ser apreciados sem que a população precise parar seus afazeres diários – o que aconteceria no caso de um veículo impresso, por exemplo.</span></div>
<b style="font-weight: normal;"><br /></b>
<div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify; text-indent: 36pt;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: 'Times New Roman'; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">No Brasil, a história das rádios comunitárias se inicia no Espírito Santo com a Paranoica FM, na década de 1970, em plena ditadura militar. Anos depois, a ideia começava a se disseminar por outras cidades da Região Sudeste, como na região metropolitana de São Paulo. Em tese, as principais características dessas rádios são a democratização dos meios de produção de notícias, o conteúdo crítico e de contestação da realidade e a independência em relação ao poder estatal e religioso. No entanto, isso nem sempre acontece.</span></div>
<h4 style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;">
<b style="font-weight: normal;"><br /></b><span style="background-color: transparent; color: black; font-family: 'Times New Roman'; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 700; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">“A lei da radiodifusão comunitária já nasceu morta”</span></h4>
<b style="font-weight: normal;"><br /></b>
<div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify; text-indent: 36pt;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: 'Times New Roman'; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">É o que conta Régis Reis, responsável pela </span><a href="http://www.benficafm87.com.br/" style="text-decoration: none;"><span style="background-color: transparent; color: #1155cc; font-family: 'Times New Roman'; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: underline; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Rádio Comunitária Benfica</span></a><span style="background-color: transparent; color: black; font-family: 'Times New Roman'; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">, localizada no bairro homônimo, em Fortaleza. O projeto da rádio foi iniciado em 2003 – muito depois da época em que houve um grande aumento no número de radiadoras na capital, que ocorreu durante a gestão da prefeita Maria Luiza Fontenele (1987 – 1990) – mas a primeira transmissão só ocorreu em junho de 2013, devido à lentidão no processo de legalização.</span></div>
<div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: 'Times New Roman'; font-size: 16px; font-style: italic; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><br /></span></div>
<div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: 'Times New Roman'; font-size: 16px; font-style: italic; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">(áudio 1: Régis contando sobre processo de criação da rádio)</span></div>
<b style="font-weight: normal;"><br /></b>
<div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify; text-indent: 36pt;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: 'Times New Roman'; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">A manutenção de uma emissora não é fácil. De acordo com a </span><a href="http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9612.htm" style="text-decoration: none;"><span style="background-color: transparent; color: #1155cc; font-family: 'Times New Roman'; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: underline; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">lei nº 9.612</span></a><span style="background-color: transparent; color: black; font-family: 'Times New Roman'; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">, as rádios comunitárias só podem receber patrocínio de estabelecimentos da região, sob a forma de apoio cultural, sem a veiculação de comerciais – já que isso caracterizaria uma organização com fins lucrativos. Apesar disso, as rádios comunitárias têm custos, não só com a energia elétrica utilizada, mas com taxas que devem ser pagas, por exemplo, ao Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (</span><a href="http://www.ecad.org.br/pt/Paginas/default.aspx" style="text-decoration: none;"><span style="background-color: transparent; color: #1155cc; font-family: 'Times New Roman'; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: underline; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">ECAD</span></a><span style="background-color: transparent; color: black; font-family: 'Times New Roman'; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">), órgão responsável por “centralizar a arrecadação e distribuição </span><span style="background-color: white; color: black; font-family: 'Times New Roman'; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">dos direitos autorais de execução pública musical”</span><span style="background-color: transparent; color: black; font-family: 'Times New Roman'; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">, o que torna o veículo quase insustentável, tendo em vista a questão financeira.</span></div>
<b style="font-weight: normal;"><br /></b>
<div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify; text-indent: 36pt;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: 'Times New Roman'; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">A competição injusta com as rádios comerciais também é um dos fatores criticado por Régis. “A lei da radiodifusão comunitária já nasceu morta. Você participa do processo, paga as taxas, e dizem que se uma rádio grande estiver interferindo em mim, eu não posso reclamar. Isso fere o princípio da igualdade.” Além disso, outra problemática discutida é o trabalho inadequado que vem sendo feito por parte das próprias rádios comunitárias, que nem sempre possuem uma programação voltada aos interesses da sociedade ou utilizam uma potência maior do que a permitida, fato que causa grande interferência nas emissoras próximas, já que, de acordo com a lei, todas as rádios comunitárias devem funcionar na mesma frequência – em Fortaleza, por exemplo, as rádios são transmitidas na FM 87,90.</span></div>
<b style="font-weight: normal;"><br /></b>
<div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: 'Times New Roman'; font-size: 16px; font-style: italic; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">(áudio 2: Régis contando sobre o problema com as demais rádios comunitárias)</span></div>
<b style="font-weight: normal;"><br /></b>
<div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify; text-indent: 36pt;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: 'Times New Roman'; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Apesar de todas as dificuldades, o trabalho desenvolvido na rádio traz satisfação para Régis. É com alegria que narra a história do dia em que conseguiram interromper uma ordem ilegal de despejo na Vila Vicentina – região carente dentro da Aldeota, bairro nobre de Fortaleza – depois dos ouvintes telefonarem para a rádio durante o programa comandado pelos integrantes da </span><a href="http://criticaradical.org/" style="text-decoration: none;"><span style="background-color: transparent; color: #1155cc; font-family: 'Times New Roman'; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: underline; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Crítica Radical</span></a><span style="background-color: transparent; color: black; font-family: 'Times New Roman'; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">, denunciando a ação. </span></div>
<b style="font-weight: normal;"><br /></b>
<div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: 'Times New Roman'; font-size: 16px; font-style: italic; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">(áudio 3: Régis contando sobre o processo em que barraram a ação de despejo)</span></div>
<b style="font-weight: normal;"><br /></b><br />
<div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: 'Times New Roman'; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 700; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Saiba mais: entrevista com Rosa da Fonseca </span></div>
<br />
<div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: 'Times New Roman'; font-size: 16px; font-style: italic; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">(áudio 4)</span><span style="background-color: transparent; color: black; font-family: 'Times New Roman'; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><br class="kix-line-break" /></span></div>
<div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: 'Times New Roman'; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><br /></span></div>
<h2 style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: center;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: 'Times New Roman'; font-size: 17.333333333333332px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 700; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Como funciona a fiscalização das rádios comunitárias</span></h2>
<div>
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: 'Times New Roman'; font-size: 17.333333333333332px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 700; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span id="docs-internal-guid-acb4b7cc-be80-30e2-d09c-bcc3477a6a63" style="font-weight: normal;"><br /><div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify; text-indent: 36pt;">
<span style="background-color: white; font-size: 16px; vertical-align: baseline;">O Serviço de Radiodifusão Comunitária foi criado pela Lei 9.612, de 1998, regulamentada pelo Decreto 2.615 do mesmo ano. Essas rádios têm como principal objetivo manter o pluralismo social e cultural em sua programação. Visto que um dos direitos fundamentais garantidos pela Constituição Federal de 1988 é o direito à comunicação, em suas diversas formas e segmentos, devemos saber como funciona esse processo de democratização do acesso à informação e quais são as potencialidades. </span></div>
<br /><div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify; text-indent: 36pt;">
<span style="font-size: 16px; vertical-align: baseline;">Segundo João Guilherme Arrais, gerente regional da ANATEL, no Ceará, caso alguma rádio seja flagrada irregularmente, a fiscalização retém os equipamentos e o responsável pela emissão responde um processo administrativo e criminal por uso de radiofrequência sem outorga. As denúncias são recebidas pela Agência através de um laudo de vistoria técnica.</span></div>
<div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 16px; vertical-align: baseline;"> </span></div>
<div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 16px; vertical-align: baseline;">(inserir fala 1)</span></div>
<br /><div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify; text-indent: 36pt;">
<span style="font-size: 16px; vertical-align: baseline;">Para Arrais, algumas rádios irregulares ainda funcionam, mas por pouco tempo. O gerente contesta que a ANATEL não verifique todas as denúncias, e afirma que a existência de rádios interferindo em outras são “raros casos”. </span></div>
<div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 16px; vertical-align: baseline;">(inserir fala 2)</span></div>
<div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify; text-indent: 36pt;">
<span style="background-color: white; font-size: 16px; vertical-align: baseline;"><br /></span></div>
<div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify; text-indent: 36pt;">
<span style="background-color: white; font-size: 16px; vertical-align: baseline;">Para ser considerada uma Rádio Comunitária, o projeto precisa ser feito por associações e fundações comunitárias que tenham esses objetivos de pluralismo cultural e social e que tenham, ainda, um baixo alcance </span><span style="background-color: white; font-size: 16px; font-weight: 700; vertical-align: baseline;">–</span><span style="background-color: white; font-size: 16px; vertical-align: baseline;"> somente para a comunidade. Segundo o Ministério das Comunicações (MC), a cada entidade será outorgada apenas uma autorização para a execução do Serviço de Radiofusão Comunitária. Contudo, é a ANATEL que define a frequência a ser utilizada por essas rádios, designando, também, um canal alternativo (que pode variar de 88 a 108 Mhz, FM). </span></div>
<div>
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: 'Times New Roman'; font-size: 17.333333333333332px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 700; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span style="font-weight: normal;"><br /></span></span></div>
<br /></span></span></div>
<div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;">
<br /></div>
Sarah Yarina Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/15242292744632388851noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3176634623226540613.post-24457247221264614382017-01-20T16:43:00.001-08:002017-01-20T17:10:35.169-08:00Rádio Cuca<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Reportagem sobre a Rádio Cuca Mondubim, projeto de rádio comunitária do Cuca Mondubim voltado para a democratização da comunicação e para a capacitação da comunidade no campo de rádio. O foco da reportagem está na experiência vivida pelos jovens que fazem parte do projeto: como eles passaram a fazer parte do projeto, como eles participam das decisões e que experiências estão tirando dessa oportunidade.</span><br />
<br />
<iframe frameborder="no" height="450" scrolling="no" src="https://w.soundcloud.com/player/?url=https%3A//api.soundcloud.com/tracks/303056937&auto_play=false&hide_related=false&show_comments=true&show_user=true&show_reposts=false&visual=true" width="100%"></iframe><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a data-flickr-embed="true" href="https://www.flickr.com/photos/151184735@N07/albums/72157679321200305" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;" title="Rádio Cuca Mondubim"><img alt="Rádio Cuca Mondubim" height="265" src="https://c1.staticflickr.com/1/487/32356837975_4beaa395c9_z.jpg" width="400" /></a></div>
<br />
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Visita dos estudantes da cadeira de Jornalismo no Terceiro Setor do curso de Jornalismo da UFC ao Cuca Mondubim e à Rádio Cuca Mondubim.</span>
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Expediente</span><br />
<span style="background-color: white;"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Reportagem e locução de Ingrid Pedrosa. </span></span><br />
<span style="background-color: white;"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Edição de Maurício Xavie<span style="font-size: 14px;">r.</span></span></span><br />
<span style="background-color: white;"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Fotos Maurício Xavier.</span></span>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/15176189652047500606noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3176634623226540613.post-30256670453384053662017-01-20T09:06:00.001-08:002017-01-20T10:24:48.071-08:00Jovens da periferia produzem programa para a TV Ceará<div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: "arial"; font-size: 14.666666666666666px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">A Rede Cuca, da Prefeitura Municipal de Fortaleza, oferta cursos, oficinas e atividades para jovens nas áreas de esporte, lazer, cultura e arte, nas três sedes localizadas nos bairros Barra do Ceará, Mondubim e Jangurussu. Um dos projetos da rede é o “Jovens Comunicadores”, onde os participantes produzem o programa “Conexões Periféricas”, veiculado na TV Ceará (TVC), através de uma parceria da emissora com o instituto.</span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjUz0SNvyxAT3gCcYIQZ7DLFT3mpMdpkEZEJQMnNwxPw5azcIzkluTtsxeoPAd8jKorpksglB3z8NMlQmOH0l48o34b37fy5VFM2nqO9Njsb0kbn_hNKsMa4f0yJs8ID-3v3q_r-vUi9Lg/s1600/conexoes+perifericas_10.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="182" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjUz0SNvyxAT3gCcYIQZ7DLFT3mpMdpkEZEJQMnNwxPw5azcIzkluTtsxeoPAd8jKorpksglB3z8NMlQmOH0l48o34b37fy5VFM2nqO9Njsb0kbn_hNKsMa4f0yJs8ID-3v3q_r-vUi9Lg/s320/conexoes+perifericas_10.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<span style="font-size: xx-small;">Cenário do Conexões Periféricas</span></div>
<b id="docs-internal-guid-777b3c72-bc71-70d7-bab0-68ae53cf8500" style="font-weight: normal;"><br /></b>
<br />
<div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: "arial"; font-size: 14.666666666666666px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Por meio de edital, nove jovens são selecionados anualmente em cada Cuca e passam a ter aulas e reuniões conjuntamente e, na etapa seguinte, os participantes do projeto começam a produção do programa. “O período todo do Conexões são oito meses. Mas a gente teve mais ou menos um mês de preparação para começar a produzir. Ai o professor traz texto, a gente vê vídeo, assiste filme, sobre determinado tema”, conta Rodrigo Santos, 20, aluno do Cuca Mondubim.</span></div>
<b style="font-weight: normal;"><br /></b>
<br />
<div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: "arial"; font-size: 14.666666666666666px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">O “Conexões Periféricas” tem três quadros: Narrativas Anônimas, onde uma pessoa é escolhida para contar a história de sua vida; Tribos, no qual uma tribo urbana é entrevistada; e Papo Self, que cada Cuca tem um formato próprio e, no caso da sede Mondubim, tem formato de entrevista. As equipes de nove pessoas se dividem em três grupos e cada grupo é responsável pela produção do seu quadro.</span></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial"; font-size: 14.6667px; white-space: pre-wrap;">A cada mês quatro episódios do “Conexões Periféricas” são exibidos, um em cada semana, e segundo Rodrigo existe uma sequência “primeiro é o Jangurussu, a Barra e depois o Mondubim”. Para a produção dos programas os alunos têm aulas às terças e quintas-feiras e, apesar da presença de um professor para auxiliá-los, todo o trabalho é produzido e executado pelos jovens como explica Tábata, 28, aluna do Cuca Mondubim: “Os temas são mais voltados pros jovens e pra periferia, porque é um programa feito por jovens da periferia.”.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial"; font-size: 14.6667px; white-space: pre-wrap;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi2epYJYKCZJX15h1InuBh7oRLIv9KedemTJ2fzOPDUqA8XeH4c8v2a6iKHvol4RGfwHvwAZuC4TiRbxUCpJ1TKf1LRirBShI9SX_rgFzAXAc-n4Rw0f1wI8vE2rq8PtqpaVLd9cWTVElg/s1600/conexoes+perifericas_3.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="176" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi2epYJYKCZJX15h1InuBh7oRLIv9KedemTJ2fzOPDUqA8XeH4c8v2a6iKHvol4RGfwHvwAZuC4TiRbxUCpJ1TKf1LRirBShI9SX_rgFzAXAc-n4Rw0f1wI8vE2rq8PtqpaVLd9cWTVElg/s320/conexoes+perifericas_3.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<span id="docs-internal-guid-2eb36211-bc7e-e3b1-7201-109edb360301"><span style="font-family: "arial"; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span style="font-size: xx-small;">Entre outras funções, os participantes do Conexões Periféricas também montam o cenário das gravações</span></span></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhUcOa-SFj4eU2JwEkEVr5AWNwh4UsVshxCZutnm_ByB-hQFuDzWn7meprRqfoBBqGfdY18f1QKYsCzQKY9HtYsaBu-5k2RAz5tywj3vyGtzW-8nrait2ofHjEbnkOFVN9_2lTKK1_CCRU/s1600/conexoes+perifericas_7.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhUcOa-SFj4eU2JwEkEVr5AWNwh4UsVshxCZutnm_ByB-hQFuDzWn7meprRqfoBBqGfdY18f1QKYsCzQKY9HtYsaBu-5k2RAz5tywj3vyGtzW-8nrait2ofHjEbnkOFVN9_2lTKK1_CCRU/s320/conexoes+perifericas_7.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<span id="docs-internal-guid-2eb36211-bc7f-4da7-6112-b9dfcd60682c"><span style="font-family: "arial"; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span style="font-size: xx-small;">Participante do programa</span></span></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: "arial"; font-size: 14.666666666666666px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 700; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Comunicações possíveis: O relato de Victor Hudson mostra o poder da comunidade</span></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<b id="docs-internal-guid-76c6a6d5-bc78-42f6-4825-9c31858a9b0b" style="font-weight: normal;"><br /></b></div>
<div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: "arial"; font-size: 14.666666666666666px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">A comunicação comunitária experimentada pelos alunos do Cuca Mondubim atinge também outros níveis de hierarquia. A responsabilidade de colocar as pautas em prática é dos jovens, mas quem é orientador também aprende com o processo. Há pouco mais de uma mês no Cuca, o profissional Victor Hudson ensina e aprende com os jovens os caminhos de uma comunicação um pouco diferente daquela a qual sempre esteve acostumado.</span></div>
<div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: "arial"; font-size: 14.666666666666666px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgkBqvECzFP2vgNUIBASPu7h1Y2j6_MUVu6Q-I7x72-ip1z9o883ywp9DETZAIfgAy7XDgu6JcHgX4IgCvc1tCj0VATjVqMXhEu3TGgp3GqxPWBk09InuT4UPNNJMfeBN8y1ABM-IwjfE0/s1600/Victor+Hudson+trabalha+como+editor+de+v%25C3%25ADdeos+e+imagens+no+Cuca+Mondumbim.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgkBqvECzFP2vgNUIBASPu7h1Y2j6_MUVu6Q-I7x72-ip1z9o883ywp9DETZAIfgAy7XDgu6JcHgX4IgCvc1tCj0VATjVqMXhEu3TGgp3GqxPWBk09InuT4UPNNJMfeBN8y1ABM-IwjfE0/s320/Victor+Hudson+trabalha+como+editor+de+v%25C3%25ADdeos+e+imagens+no+Cuca+Mondumbim.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<span style="font-size: xx-small;">Victor Hudson trabalha como editor de vídeos e imagens no Cuca Mondubim</span></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<br />
<div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: "arial"; font-size: 14.666666666666666px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Victor é jornalista e atua como editor de imagem e vídeo no Cuca Mondubim. Ele destaca o constante aprendizado na função e comenta que lá o trabalho é diferenciado tanto pelo público alvo - a comunidade -, quanto pela visão pedagógica que se tem no processo de produção. “Aqui no Cuca, de um ponta a outra, do cara que ta la no almoxarifado, até o pessoal da limpeza, e até a direção, todos tem que ter uma visão pedagógica”, reflete.</span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<b style="font-weight: normal;"><br /></b></div>
<div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: "arial"; font-size: 14.666666666666666px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">O trabalho dele consiste em editar e finalizar os produtos audiovisuais feitos pelos jovens do Cuca. Além disso, Victor auxilia na execução de cursos de formação oferecidos no local. A proposta de uma comunicação voltada para as pautas da comunidade e feita por jovens da região, foram fatores que atraíram o jornalista para a função. Sem experiência em comunicação comunitária, ele comenta, sem rodeios, que a convivência com os alunos é essencial para o processo de aprendizado dele. “Os meninos são maravilhosos. Até falo pra eles: rapaz, vocês é que vão me ensinar”, lembra o jornalista.</span></div>
<div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: "arial"; font-size: 14.666666666666666px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhVBlo6TrywTOoijoi9JrhA5jBK-JHXcpHEV9sBxjzcDCKc4ggylQw4UR2TOqc2JYzm9YVj3jZmhSfjBcUvXzty4E3ag34oBuwMN3XOSJHBkuHnvwrwCpZyoZ4Q9BwdLejJrSCwyKsFVgM/s1600/Victor+Hudson+editando+v%25C3%25ADdeo+para+o+programa+Conex%25C3%25B5es+Perif%25C3%25A9ricas.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhVBlo6TrywTOoijoi9JrhA5jBK-JHXcpHEV9sBxjzcDCKc4ggylQw4UR2TOqc2JYzm9YVj3jZmhSfjBcUvXzty4E3ag34oBuwMN3XOSJHBkuHnvwrwCpZyoZ4Q9BwdLejJrSCwyKsFVgM/s320/Victor+Hudson+editando+v%25C3%25ADdeo+para+o+programa+Conex%25C3%25B5es+Perif%25C3%25A9ricas.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<span style="font-size: xx-small;">Victor Hudson editando vídeo para o programa Conexões Periféricas</span></div>
<div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: "arial"; font-size: 14.666666666666666px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<b style="font-weight: normal;"><br /></b></div>
<div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: "arial"; font-size: 14.666666666666666px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Os processos de ensino e aprendizagem são constantes. Para além disso, o que mais chama a atenção de Victor é o entusiasmo dos alunos. Quando perguntado qual o diferencial do trabalho feito por eles, o editor é enfático: “Eles se envolvem realmente com todo o processo de concepção, produção e reportagem, tudo com muita qualidade.”</span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: "arial"; font-size: 14.666666666666666px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Além da edição do principal produto audiovisual do Cuca, o Conexões Periféricas, Victor também atua em outros programas produzidos no local, como o “TV Marmota”, e alguns curta-metragens. Diferente do Conexões Periféricas, a TV Marmota é um programa com uma proposta mais livre, que quebra os formatos mais tradicionais de televisão. Nele, Victor também atua como editor e reforça que com a devida orientação e disposição, “os meninos” como ele os chama, fazem tudo com muita qualidade.</span></div>
<div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: "arial"; font-size: 14.666666666666666px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiPo1Ad_wS7C36KParB6JFsFCKen_DaNqxVaY0jWf6boZRlAMfqlFw2A6CSdAuXxViRaR-2iqiqNQgd2K52eYwp6oUkN5y3LMwA4ZSkvBbVgjETz8qpiVm0KtZGIONjVx6OVgoYuy3pOXA/s1600/conexoes+perifericas_4.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="202" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiPo1Ad_wS7C36KParB6JFsFCKen_DaNqxVaY0jWf6boZRlAMfqlFw2A6CSdAuXxViRaR-2iqiqNQgd2K52eYwp6oUkN5y3LMwA4ZSkvBbVgjETz8qpiVm0KtZGIONjVx6OVgoYuy3pOXA/s320/conexoes+perifericas_4.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<span style="font-size: xx-small;">Victor Hudson, técnico do programa</span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<span style="font-size: xx-small;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: x-small;"><b><br /></b></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><b>O Conexões Periféricas</b></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: x-small;"><b><br /></b></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: x-small;"><b><br /></b></span><iframe allowfullscreen="" class="YOUTUBE-iframe-video" data-thumbnail-src="https://i.ytimg.com/vi/yqxr44ndpVs/0.jpg" frameborder="0" height="266" src="https://www.youtube.com/embed/yqxr44ndpVs?feature=player_embedded" width="320"></iframe></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: x-small;"><b><br /></b></span></div>
<br />
<br />
<br />
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><u>Expediente</u></span><br />
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><u><br /></u></span>
<br />
<div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: "arial"; font-size: 14.666666666666666px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 700; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Ana Luiza Soares: </span><span style="background-color: transparent; color: black; font-family: "arial"; font-size: 14.666666666666666px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Produção, decupagem, texto coordenada, foto matéria</span></div>
<div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: "arial"; font-size: 14.666666666666666px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 700; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Gabriela Vieira:</span><span style="background-color: transparent; color: black; font-family: "arial"; font-size: 14.666666666666666px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"> Produção, decupagem, galeria de fotos</span></div>
<div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: "arial"; font-size: 14.666666666666666px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 700; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Geórgia Silva: </span><span style="background-color: transparent; color: black; font-family: "arial"; font-size: 14.666666666666666px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Texto principal</span></div>
<div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: "arial"; font-size: 14.666666666666666px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 700; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Isaac de Oliveira: </span><span style="background-color: transparent; color: black; font-family: "arial"; font-size: 14.666666666666666px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Produção, vídeo</span></div>
<span id="docs-internal-guid-a708f52e-bcd5-2e6d-253d-94579d98fe4c"><span style="font-family: "arial"; font-size: 14.6667px; font-weight: 700; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Nerice Carioca: </span><span style="font-family: "arial"; font-size: 14.6667px; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Texto principal</span></span><br />
<div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: "arial"; font-size: 14.666666666666666px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><br /></span></div>
<br />
<br />
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/15060446222894545349noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3176634623226540613.post-74793334889140384182016-10-26T11:56:00.001-07:002016-10-31T07:48:49.210-07:00O autoritarismo da crença no mérito no campo acadêmico<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://www.critical-theory.com/wp-content/uploads/2014/04/laclau-and-mouffe.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="http://www.critical-theory.com/wp-content/uploads/2014/04/laclau-and-mouffe.jpg" height="266" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Ernesto Laclau e Chantal Mouffe desenvolvem a teoria do agonismo político</td></tr>
</tbody></table>
<br />
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: x-small;">Por Ismar C. Costa Filho</span><br />
<br />
A formação de relações e discursos que conduzem e predominam
num meio social é inevitável para a existência de qualquer grupo. Assim Ernesto
Laclau e Chantall Mouffe atualizam a teoria gramsciana, aplicando-a muito além
das lutas entre burguesia e trabalhadores. A hegemonia permeia os grupos
sociais, inclusive aqueles que lutam contra a opressão dos dominantes, porque o
conflito é estruturante de qualquer relação política, dado que as diferenças
são inevitáveis e para acomodá-las de alguma forma, mesmo que
circunstancialmente, acordos são construídos a partir de versões que passam a significar e guiar, predominantemente, uma realidade. Desta maneira, a hegemonia está também nas relações políticas dentro dos sindicatos, dos coletivos de
gênero, dos assentamentos, das associações de bairros, das comunidades autônomas...
e também das universidades, por mais heterogêneas sejam as diversas correntes
de pensamento que transitam e gestam estes espaços.</div>
<div class="MsoNormal">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
A aparente tolerância ao diverso, nestes grupos, pode obscurecer
não só os conflitos intransponíveis, como sorrateiramente naturalizar e legitimar
valores dominantes. No campo acadêmico, que inclui universidades, faculdades, sociedades
de pesquisadores, grupos de pesquisa, órgãos de fomento..., a meritocracia, sem
dúvidas, cumpre o papel de ser o discurso hegemônico, fazendo circular e
assentar repertórios e ações que justificam privilégios e realizam exclusões-inclusões.
Baseada na crença de que se conquista o mérito e se ascende profissional e socialmente
pelo esforço e dedicação individuais, este discurso vela não só as
desigualdades estruturantes, que nunca vão permitir equânimes resultados e reconhecimentos,
como também controla os critérios de seleção e ascensão no campo acadêmico. Por
detrás das provas de concursos e dos critérios de progressão, por mais transparentes, públicos e de boa fé,
está a crença na justeza de avaliações baseadas, muitas vezes, em quantificações
do inquantificável e rotulações subjetivas apresentadas como objetivas. E para
agravar, estes processos atendem ainda demandas geradas em ambientes de urgência,
de falta de recursos e até de narcisismo. Grades curriculares, programas de
linhas de pesquisa e critérios de seleção são gerados, várias vezes, a partir de
fundamentações baseadas em ilações (internamente plausíveis) de pensamentos que pouco dialogam com as pessoas
que se formam profissionalmente ou são atendidas por estes profissionais. Neste
caldeirão, na menos pior das hipóteses, a crença no falso mérito exclui, a
partir de títulos, publicações, currículos..., e o aleatório dos sorteios de
pontos de programas esquizofrênicos "inclui" e vice-versa. <o:p></o:p></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Um dos caminhos possíveis para começar a reverter a situação pode ser as
reflexões apontadas por Laclau e Mouffe e pelos conhecimentos situados localmente. O primeiro passo pode ser reconhecer e dar transparência e evidência aos conflitos. Isto
significa aclarar e visibilizar, no ambiente acadêmico, os questionamentos e os dissensos sobre a mobilidade
social e profissional baseada no mérito. A partir desta clareza, reconhecer que
as adversidades não devem significar a destruição do oposto, mas a construção
de acordos (nunca o cinismo de consensos) que busquem humanizar os processos seletivos, reconhecendo que o
papel dos mesmos não pode ser só a exclusão, mas deve ser predominantemente diversos tipos de inclusão e criando critérios
distintos para reparar as injustiças estruturantes (políticas afirmativas).
Desta maneira, poderemos começar a compreender que a universidade não é espaço
só para a performance, a eficiência, a assertividade e a eficácia da Ciência, mas espaço de
vivências e convivência que possam, através das ciênciaS, gerar pertencimentos, laços, afetos, tolerância,
solidariedade, construções coletivas, empoderamento e justiça social, mesmo nos inevitáveis conflitivos e que
possa produzir a improvável pulverização das hegemonias.<o:p></o:p></div>
Ismar Capistranohttp://www.blogger.com/profile/01561352613362964489noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3176634623226540613.post-24967973831074259072015-10-17T14:23:00.000-07:002016-02-02T11:22:55.701-08:00Desabafos de um etnógrafo<div class="MsoNormal">
<div class="MsoNormal">
<span style="background-color: white; color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif;">Talvez seja algo muito contraditório falar em desabafos de um
etnógrafo porque desabafos são atitudes pessoais e, por vezes, egoístas.
Etnografia, ao contrário, é um deslocamento e uma relação com outros. Mas
inevitavelmente uma relação consigo mesmo também. Negá-la pode ser não só uma
ingenuidade, mas talvez uma irresponsabilidade. Por mais que busquemos textos
objetivos, compartilhados, coletivos... o nosso “eu” está sempre presente,
desconsiderá-lo ou oculta-lo é transferir ou travestir nossas condições nos
outros. Para chegar até este texto foi não só uma decisão, mas um caminho
difícil. Não só para despir-me da segurança da terceira pessoa, porém para
expor-me dentro de uma referência que me dê segurança de permanecer no </span><i style="color: #222222; font-family: Arial, sans-serif;">ethos</i><span style="background-color: white; color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif;"> acadêmico.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="background: white; color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="background: white; color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif;">Certamente, no final de minha pesquisa de doutorado, fazer
uma disciplina de Metodologias, durante o intercâmbio no Centro de
Investigaciones y Estudios Superiores en Antropologia Social del Sureste de
México (Ciesas Sureste) foi-me fundamental para esta autorreflexão.
Tardiamente, esta matéria me pareceria algo completamente intempestivo,
entretanto não o foi, principalmente, por quatro textos que causaram uma forte
projeção na minha identidade pessoal e acadêmica. Cultura y Verdad de Renato
Rosaldo me tocou não só por ele defender que a <b>força das emoções</b> deve ser observada na etnografia tanto quanto os
mecanismos simbólicos da gestão dos comportamentos, mas também por todas suas
experiências relatadas. Sim, minha pesquisa já partia deste pressuposto: mais
do que a racionalidade, sentimentos são fundamentais na tomada de decisões
sociais. No entanto, o autor vai além, ao mostrar como chegou a esta conclusão,
narrando sua investigação nos <i>inglots</i>,
uma tribo filipina conhecida por permitir a alguém que perdeu um ente querido
cortar a cabeça de outrem. Sem dúvidas, nos parece não só estranho, mas
bastante cruel este comportamento. Para ele e para os outros investigadores que
lá estiveram, também. O que resultava em discrições densas tão somente dos
rituais. Até quando Rosaldo, sentiu, durante a investigação, em sua própria
pele, o que os <i>inglots</i> sentiam quando
perdiam seus entes queridos e iam à caça de cabeças. Numa trilha para o campo
da pesquisa, sua companheira e esposa despencou de um desfiladeiro e, ao
encontrar seu corpo inerte e sem vida abaixo do abismo, ele já não conseguia
respirar direito, não achava chão e tudo parecia completamente sem sentido. Ele
viveu a <b>aflição da ira.</b> Este sentimento
se transformou na categoria para compreender a caça de cabeça muito além de um
simples ritual. As culturas são inevitavelmente compostas por muito mais do que
de símbolos e representações. São controles ou organizações sociais das
emoções. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="background: white; color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="background: white; color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif;">Na minha pesquisa de doutorado, as tragédias e os traumas não
só me marcaram como também foram vivências cotidianas, tão difíceis e duras
quando os processos de exploração e significação do trabalho. A dor da aflição
me marcou, em outubro de 2012, quando senti a perda de um amigo-irmão que
morreu precocemente aos 45 anos. Não me adiantava buscar respostas ou
consolação, as memórias eram fortes e instransponíveis. Quanto rock tínhamos escutado,
quantas cervejas tínhamos brindado, quantos quilômetros percorremos em nosso
Estado e no Brasil na luta pela democratização da comunicação, quantas risadas
compartilhamos, quantas palavras falamos em reunião, quantos cursos e oficinas ministramos...
e tudo tinha se transformado somente em passado. Já não havia nada mais para
retroceder ou mudar. Não podíamos planejar nada, ainda que outras vezes tenha
realizado o mesmo sozinho e com outros companheiros em sua homenagem. Não foi
nada fácil porque já tinha deixado minha cidade para cursar disciplinas do
doutorado; porque tinha deixado um bom emprego de professor para se torna
estudante profissional com quase 40 anos de idade; porque estava numa cidade
que me parecia totalmente hostil, longe das praias, dos bosques e dos sertões,
sem companhias, me sentindo triste e abandonado. Se tudo já não bastasse para
compreender a ira da aflição, ao regressar para minha terra, a fim de recomeçar
minha vida, minha esposa decidiu unilateralmente separar-se em janeiro de 2013.
Não era só 15 anos de uma relação que se acabavam, mas era também minhas
rotinas, meu cotidiano e meus planos que se dilaceravam assim de repente,
deixando-me completamente sem chão. Mais do que saudades dela, sentia falta do
que fazíamos juntos e por mais buscasse refazer, o presente nunca mais se
identificaria com o passado.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="background: white; color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="background: white; color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif;">O segundo texto que me marcou foi “Diarios de</span><span style="background-color: white; color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif;"> </span><span style="background: white; color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif;">campo en</span><span style="background-color: white; color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif;"> </span><span style="background-color: white; color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif;">Melanésia” do
clássico antropólogo Malinowski. Bem mais forte do que a pioneira etnografia
que ele havia registrado nos Argonautas do Pacífico, seus diários, publicados
depois de sua morte e com o consentimento somente de sua esposa, revelaram seu
estranhamento e até repulsa com a cultura investigada, suas saudades, angústias
e desejos (inclusive pelos corpos desnudos de seus investigados e investigadas),
causando espanto no cinismo intelectual criado por detrás da defesa do
relativismo, da alteridade e da diversidade. Meus diários certamente não são
menos “infames” do que os de Malinowski. Sim, a repulsa pela cultura pesquisada
me é inevitável. Depois de quatro anos de idas e vindas, com estadias entre 1 a
5 meses, em Chiapas, México, não suporto mais meu campo de investigação; o medo
que assombra uma guerra suja e encoberta que motiva o prestígio e as razões de
ambos os lados; as decisões de assembleia que impõem acordos de lideranças mais
esclarecidas para maiorias; a autonomia zapatista que, muitas vezes, justifica
relações somente com quem lhes convém; os cafés que perambulo todos os dias; o
jeito “simpático” e fechado com cheiro de falsidade que paira em muitas das
relações pessoais com os mexicanos; a constante solidão que me acompanha; a
falta de identificação nas conversas; as tentativas de falar uma língua que
nunca vai ser a minha... Tudo isso me enche a cabeça de questionamentos
retóricos, os quais já tenho respostas. Para estudar outras culturas, preciso
negar a minha ou transformá-la? Um etnógrafo não tem sua própria cultura? Há
cultura sem divergência das outras? Há identidades sem sinais diacríticos?</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="background: white; color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="background: white; color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif;">Os diários de Malinowski</span><span style="background-color: white; color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif;"> me ensinaram que para compreender e
respeitar o diferente, não devemos aderi-lo e aceita-lo cega e falsamente.
Lembraram-me também dos ensinamentos da politicóloga britânica Chantal Mouffe
que os choques e os conflitos são inevitáveis. Para romper a couraça do
cinismo, que, por vezes, transforma nossas pesquisas e posições políticas em
discursos hipócritas, precisamos ter transparências e buscarmos os acordos com
a humildade de que não vamos persuadir a ninguém nem devemos nos convencer. Que
vamos tão somente criar espaços de tolerância e coabitação. Por isso, acordos são
decisões transitórias e temporárias.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="background: white; color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="background: white; color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif;">Por fim, este aspecto político da pesquisa me foi possível
refletir nos textos “Conecimentos Situados” de Donna Haraway e “Lutas Muchas
Otras” de vários autores mexicanos sobre a pesquisa com povos originários. A
investigação científica não é só uma disputa entre diferentes visões e linhas
de pensamentos, que, em muitos casos, se matam por migalhas acadêmicas, mas
também uma relação política entre pesquisador e pesquisados, uma constante
negociação de acordos, nos quais podem chegar também a dissensos. Como afirma Haraway,
“todo conhecimento é uma condensação num terreno de poder agonístico”. Há
conflitos inevitáveis entre “sujeito e ‘objetos’” de uma pesquisa. Como
organizar essa relação?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="background: white; color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="background: white; color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif;">Primeiramente reconhecer que pesquisa é inevitavelmente uma
intervenção que, além de construir significados num discurso (um livro ou um
artigo de pouca utilidade para povos originários e pobres pouco alfabetizados,
como explica Andrés Aubry), pode transformar realidades com a troca de
conhecimentos, com o intercâmbio de saberes, com a aplicação de teorias na
prática e com a mudanças das teorias pelas práticas. Como afirmar Aubry no
texto “Otro modo de haber ciencia" deste último livro, “sem regresso ético
(a pesquisa) se torna indignamente extrativa – tirando matéria-prima de uma
mina – sem benefício para quem a proporcionaram”. Assim como este sociólogo
francês, atuou numa pesquisação para a tradução coletiva dos acordos de San
Andrés nas línguas indígenas, também mesmo antes de qualquer reflexão teórica,
busquei um intercâmbio com as rádios zapatistas investigadas no meu doutorado. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="background: white; color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif;"><br /></span></div>
<span style="background: white; color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 11.0pt; line-height: 107%;">Tentei propor um intercâmbio de conhecimentos entre minha experiência de
ativista de rádios comunitárias no Brasil desde 1996 com a Rádio Rebelde.
Apesar de três idas no Caracol Resistência e Rebeldia pela Humanidade em
Oventik, não consegui sequer apresentar minha proposta. Ao contrário, sofri com
tratamentos hostis dos zapatistas, como o impedimento de participar da Escolita
porque cheguei com três horas de atraso devido os retardos nos diversos voos que
tomei desde o Brasil. Assim também desabafou outra amiga doutoranda que tentou
investigar o mesmo tema: “somos tratados como espiões, quando queremos somente
ajuda-los e reconhece-los”. Qual deve ser a reação de um etnógrafo diante de um
conflito como esse? Ter sangue frio, e talvez cheio de falsidade, e dizer: “eles
têm sua própria razão, mesmo que não compreendamos”. Existe razão sem mútua compreensão? Obviamente, tenho de separar o “joio do trigo”. Tenho de saber que os
zapatistas avançam significativamente na construção de uma sociedade
verdadeiramente democrática, coletiva e autônoma, com uma comunicação que
irradia esta mensagem vivida. No entanto, não podemos negar e calar-nos que lhes faltam muito nas relações externas, inclusive com a academia que em momentos cruciais
(divulgação dos conflitos em Chiapas, acordos de San Andrés, Marcha da Cor da
Pele, La Sexta...) lhe serviu de apoio. Autonomia não pode ser confundida com
um isolamento ou com relações somente quando lhes convém tirar proveito. Como
lembra o filósofo grego, Cornelius Castoriades, autonomia é uma construção lúcida
quando temos de ter consciência que só a alcançamos quando souber construir
articulações, relações precárias e temporárias,que possibilitam a
inevitável vida em sociedades nossas e outras. Não podemos deixar o medo nos
paralisar, nem muito menos nos isolar porque assim a guerra suja e de terror
nos terá vencido.</span></div>
Ismar Capistranohttp://www.blogger.com/profile/01561352613362964489noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3176634623226540613.post-41559427785833990902015-10-14T15:35:00.002-07:002015-10-21T08:25:10.709-07:00Jogos ou disputas de linguagem?<div class="MsoNormal" style="margin-left: 18.0pt;">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif;">A teoria dos jogos de linguagem
de Wittgenstein traz um indubitável avanço acerca da relação entre nosso conhecimento
e a realidade, área estudada pela Epistemologia. Seguindo a linha do transcendentalismo de Hume, Berkeley e Kant,
ele demonstra que só temos à realidade intermediados por palavras que também
possibilitam a construção das representações de nosso pensamento. Pensar é
utilizar mentalmente o repertório de palavras que possuímos em nosso idioma. E
comunicar é expressar pensamentos. No entanto, suas contribuições vão mais além
dessas reflexões já partilhadas pelos transcendentalistas antecessores.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 18.0pt;">
<span style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 18.0pt;">
<span style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;">Wittgenstein rechaça do realismo ingênuo a
ideia de uma correspondência inata de nossa linguagem com o mundo, pois o
compreendemos principalmente através de ações que possuem significados gestados
num contexto e compreendidos no mesmo. Para tecer os textos, os
falantes negociam, mesmo implicitamente (por meio dos costumes, das tradições,
das instituições e das regras gramaticais), as proposições e os usos da
linguagem, como num jogo. Assim, Wittgenstein refuta a insolúvel questão de seus
antecessores: como podemos garantir a relação entre a realidade e as palavras, representações
e conhecimentos¿ Isto não importa, o que importa são os acordos e os consensos
gerados nos usos da linguagem, pois é desta maneira que agimos no mundo.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 18pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif; font-size: 11pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 18pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif; font-size: 11pt; line-height: 107%;">A visão do filósofo falha, no entanto, por não
dar a devida mirada aos jogos de poder que gestam a linguagem. Acordos não são
simples consensos. Não significam a aceitação ampla e absoluta. Conforme a
politicóloga inglesa Chantal Mouffe, acordos são decisões transitórias e
temporárias que representam atuação de determinados agentes hegemônicos. Assim
como os conflitos, a contra-hegemonia, as apropriações e as resistências são
inevitáveis nos ambientes de negociação. Paralela e infiltradamente às regras e
significados predominantes, há sentidos contestatórios, alternativos, irônicos
ou subversivos na linguagem que convivem com as regras dominantes. Como compreender jogos de linguagem numa situação
de precariedade de regras e consensos? Esta teoria daria conta dos diversos e
opostos discursos que circulam nas relações sociais, culturais, políticas e
econômicas que investigamos? Ao invés de jogos de linguagem não deveríamos
falar em disputas de linguagens ou na arena discursiva, proposta pelo sociólogo
inglês Stuart Hall? Aos invés de pensar predominantemente nos acordos e nas regras dominantes, não devemos pensar sobretudo nos dissensos que compõe a construção das linguagens e seus contextos para não perdemos a visão da multiplicidade e diversidade social?</span></div>
Ismar Capistranohttp://www.blogger.com/profile/01561352613362964489noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3176634623226540613.post-68817168383848815472015-09-11T12:55:00.001-07:002015-09-11T14:56:28.639-07:00Sobre o rádio atual: para um velho amigo<div class="MsoNormal">
<span style="background-color: white; color: #222222; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12pt; line-height: 107%;">Dezesseis anos depois, um
velho amigo retorna para fazer rádio em Fortaleza, na capital cearense. E eu
que estive ao lado dele, em sua última passagem, no final da agora longínqua
década de 1990, quando ainda utilizamos cartuchos, CDs e MDs no estúdio, não
poderia negar-lhe uma saudação com algumas palavras sobre o rádio atual.</span><span class="apple-converted-space" style="color: #222222; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12pt; line-height: 107%;"> </span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: #222222; font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">
<!--[if !supportLineBreakNewLine]--><br />
<!--[endif]--><span style="background: white;"><o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="background: white; color: #222222; font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">O computador que, nesta época, era apenas um novo equipamento – quase um adorno - sendo introduzido no
estúdio, convivendo junto com as outras parafernálias lembradas, dominou o
ambiente tecnológico do rádio rapidamente. Junto com esta máquina também veio a internet
que longe de ameaçar o fim do rádio - como na década de 1950, diziam que a televisão
acabaria com o meio - cria novas possibilidades e desafios. <o:p></o:p></span><br />
<span style="background: white; color: #222222; font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="background: white; color: #222222; font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Primeiro, fazer rádio hoje não
pode ser somente tocar músicas. </span><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">O esquema “viotrolão” que
salvou muitos veículos nos anos de 1950 chegou ao limite. O trânsito <i>on line</i>, seja nos aplicativos, nos sites
e nos downloads, torna a oferta musical radiofônica desnecessária e até
indesejada para os ouvintes que preferem programar seus próprios <i>playlists</i> e descobrir flanando na rede
as novidades musicais. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">O conteúdo informativo e de entretenimento torna-se um dos
principais atrativos do rádio, transversal e multiforme para ser partilhado ao
vivo e sob demanda, nas ondas hertzianas, nas redes sociais e nos aplicativos
incluindo texto, vídeo, foto e obviamente áudio. Sim, a voz humana retorna a
ser uma das principais atrações do meio, pois traz facilmente a emoção que, muitas
vezes, as letras dos posts carecem, a conversa que, quase sempre, se dispersa
nos chats e a companhia e a animação geralmente ausente nas solidões
interativas da rede. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">O rádio não está só mais no som de casa e do carro e do
aparelho portátil, mas na televisão, no computador e, principalmente, no
celular, trazendo novas formas de escutar, ver e ler o meio. O segundo desafio
é assim produzir conteúdo que não só se adapte às potencialidades destes vários
suportes como esteja disponível para ser escutado sob demanda em arquivos acessados
e tocados a qualquer momento e lugar. O rádio precisa aprender a escrever assim
como deve ensinar a internet a falar. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">As transmissões em Ondas Curtas e em Amplitude Modulada entram
em extinção. A rádio na Internet substitui a abrangência das primeiras. Se
antes era num aparelho de rádio com SW (Short Watts) onde procurávamos sons do
mundo inteiro, é agora na rede que encontramos as emissoras do Catar, México,
Azerbaijão ou Inglaterra. Já a AM tende a migrar para as novas faixas da
Frequência Modulada (75 Mhz a 87,7 Mhz) antes ocupadas pelas emissoras de
televisão que agora transmitem digitalmente em outros canais. Deixará um vácuo
nos longínquos e isolados rincões campesinos onde só esta modulação chegava.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><br /></span>
<span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">E o rádio digital? Sucumbido pela ganância empresarial e
pela omissão estatal, morreu antes de nascer. Condicionado à escuta em
sofisticados e caros aparelhos, cobrando royatels da transmissão à recepção se
tornou inviável porque perdeu a principal qualidade do meio, a simplicidade e a
possibilidade de escutar e transmitir até em situações de catástrofes e nos
mais inóspitos ambientes. <o:p></o:p></span></div>
<span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;"><br /></span>
<span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">Mesmo num contexto de
tantas mudanças, desafios e inevitáveis mutações, o rádio segue diverso. Ainda
que novos conteúdos, formatos e suportes sejam demandados, muitos ouvintes
ainda preferem a comodidade do rádio como fundo musical para ler, trabalhar ou
dirigir ou de escutar a prosa matuta no pé do ouvido durante o cair da tarde ou
ainda de dormir com o radinho ligado debaixo do travesseiro, nutrindo uma
infinita paixão pelo meio. </span>Ismar Capistranohttp://www.blogger.com/profile/01561352613362964489noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3176634623226540613.post-43072336088271157262015-07-26T21:46:00.000-07:002015-07-27T15:02:08.848-07:00“Autonomia é vida!”<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh4_i52d0C4AyFcaoKqJnFuW2sFEbXeU0A2G2Md-GDIqWbOJvDj6zDT0J6iU5HY29vKYt9L605-s2X3wUaa4le6X4ww6mtUN8JY3oZAT3zWEunsHWL7SsvZMuYiAW4_SlvFwkKIx9nkMOhD/s1600/sanisidro.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh4_i52d0C4AyFcaoKqJnFuW2sFEbXeU0A2G2Md-GDIqWbOJvDj6zDT0J6iU5HY29vKYt9L605-s2X3wUaa4le6X4ww6mtUN8JY3oZAT3zWEunsHWL7SsvZMuYiAW4_SlvFwkKIx9nkMOhD/s320/sanisidro.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<span style="background-color: white; color: #222222; font-family: Arial, sans-serif; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<span style="background-color: white; color: #222222; font-family: Arial, sans-serif; line-height: 150%;">Assim me respondeu uma adolescente da
comunidade de San Isidro de la Liberdad, em Chiapas, México, quando perguntei
sua definição para palavra que representa a luta deste povo. Resposta singela,
mas ajudou-me esclarecer um conceito que perseguia em vários livros, autores e
correntes teóricas do anarquismo italiano ao marxismo dos sovietes.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<span style="background: white; color: #222222; font-family: "Arial",sans-serif;">Assim como nossas vidas são um constante
processo de aprender a nos autogerir, a organização social das pessoas deve
buscar construir seu autogoverno, autodeterminação, autodefinição e
sustentabilidade deste o dia-a-dia. Autonomia se constitui hoje uma alternativa
política das oligarquias liberais (C. Castoriades), que equivocadamente chamamos de democracia
representativa, da qual perece pela falta de credibilidade e legitimidade (M. Castells). A
delegação de poder a um grupo ou partido não só possibilita alargar a distância
entre os discursos eleitorais e o governo como distancia as pessoas da
cidadania, compreendida aqui como a coresponaabilidade e a participação
irrestrita nas decisões sobre a vida pública. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<span style="background: white; color: #222222; font-family: "Arial",sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<span style="background: white; color: #222222; font-family: "Arial",sans-serif;">As comunidades são autônomas, fenômeno
fortemente vivenciado nesta região mexicana, não só porque possuem seus
próprios governos, leis, sistemas jurídicos, produtivos e educativos locais.
Autonomia é construir a participação de todos e todas no cotidiano da vida
comunitária. É a prefiguração do saber-fazer (J. Holloway). "Não queremos ser representados, mas reconhecidos",
assim o filósofo hispano-colombiano Jesus Martín-Barbero define o princípio destes movimentos. Reconhecimento
significa inclusão não só jurídica, mas também política e afetiva (A. Honnet). <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<span style="background: white; color: #222222; font-family: "Arial",sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<span style="background: white; color: #222222; font-family: "Arial",sans-serif;">Esta cultura política está enraizada na própria
organização comunitária. Em San Isidro de La Liberdad, por exemplo, as manhãs
de domingo não são caracterizadas pelo lazer, bebedeira ou descanso. São marcadas
pela assembleia que só tem hora para começar. Por horas, são debatidos temas
relativos à vida comunitária, como a escola, as plantações, a segurança, a
rádio comunitária e as participações em eventos promovidos por outras
comunidades autônomas. Todos e todas têm o direito à palavra idosos, crianças,
mulheres, jovens e homens. As discussões só terminam quando acordos são construídos. Em 18 anos de existência, nunca foi necessária uma votação.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<span style="background: white; color: #222222; font-family: "Arial",sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<span style="background: white; color: #222222; font-family: "Arial",sans-serif;">A construção da autonomia, no entanto, não é uma
dádiva. É um processo de luta e uma conquista. San Isidro de La Liberdad surgiu de
uma cisão, em 2007, na localidade indígena da etnia tsotsil, oficialmente
pertencente ao município de Zinacatán, situado há 12 km de San Cristóbal de Las
Casas, principal cidade da região de Los Altos no Estado mexicano de Chiapas.
No entanto, antes desta cisão, uma primeira insurgência inspirada no zapatismo,
aconteceu contra a comunidade originária, Chajtoj. Após o levante do Exército Zapatista de Libertação Nacional (EZLN) em
1994, um dos jovens à época, engajado no movimento social da Teologia da
Libertação e vocacionado a ser sacerdote dominicano, conhecido hoje como Dom Mariano decidiu conhecer mais um pouco sobre
o zapatismo participando de um encontro em Oventik, em 1994. Ele compreendeu
que o levante de 1º de janeiro de 1994, realizado pelo EZLN que ocupou os prédios públicos de San Cristobal de Las
Casas, Oconsingo, Las Margaritas, Altamiro, Chanal, Oxchuc e Huixtán e declarou
guerra contra o Exército Federal, reivindica, conforme a Primeira Declaração da Selva
de Lacandón, terra, trabalho, educação, saúde, moradia, alimentação, liberdade,
independência, democracia, justiça e paz. Em defesa destas reivindicações e
para evitar ampliar o conflito armado, ativistas de diversos grupos criaram uma
corrente global, através da nascente internet, não só mobilizando
personalidades públicas de vários países (como o escritor Eduardo Galeano e o
cineasta Oliver Stone) e entidades (como a ONU e o Vaticano), mas também
quebrando o boicote informativo sobre o assunto das emissoras de televisão
mexicanas. As mensagens de apoio ao movimento transmitidas em faxs, e-mails,
bate-papos e páginas da web, colaborou também levar mais 150 mil pessoas às
ruas da Cidade do México que exigiram o fim do conflito. Diante das pressões, o
conservador Governo Mexicano, que era gestado pelo mesmo partido há mais 70
anos, não viu alternativa a não ser declarar cessar fogo unilateral e iniciar os
Diálogos de Paz de San Andrés. Mesmo não conseguindo o acordo desejado, as
comunidades zapatistas contam atualmente com autonomia política, possuindo,
além do próprio governo, sistema de saúde, escolas e meios de comunicação. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<span style="background: white; color: #222222; font-family: "Arial",sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<span style="background: white; color: #222222; font-family: "Arial",sans-serif;">Desde então Dom Mariano e muitos de seus vizinhos
criaram laços com o EZLN, formando às escondidas uma base de apoio ao movimento
em sua localidade, o que enfureceu, segundo ele, o cacique local, obrigando-os
a criar suas próprias autoridades e desmembrar-se de Chajtoj em 1996. A
comunidade de San Isidro, com cerca de 150 famílias, permaneceu aderente ao
zapatismo até 1997, quando tiveram parte de suas lideranças cooptadas pelo Governo
Estadual. Por isso, as famílias contrárias a essa adesão, cerca de 87,
decidiram se tornar autônomas, construindo uma nova comunidade, San Isidro de
La Liberdad, que não possui território contínuo, pois há famílias pertencentes
a esta que são vizinhas das outras comunidades Chajtoj e San Isidro. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<span style="background: white; color: #222222; font-family: "Arial",sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<span style="background: white; color: #222222; font-family: "Arial",sans-serif;">Há, no entanto, um centro dos autônomos que
possui um prédio de madeira e alvenaria onde se situa o salão de reunião, uma
cozinha comunitária, um quarto para abrigar convidados e uma sala atualmente
servindo para as aulas da escola secundária. Há, neste centro, outro pequeno
prédio no qual está o centro de saúde e uma terra comunal em que se criam
caprinos e se plantam algumas culturas para investimentos na comunidade. O
local fica no centro geográfico da comunidade, permitindo uma proteção maior do
patrimônio coletivo pelas famílias autônomas que o rodeiam. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<span style="background: white; color: #222222; font-family: "Arial",sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<span style="background: white; color: #222222; font-family: "Arial",sans-serif;">Segundo Juan, professor da escola primária da
comunidade, o prédio onde funciona o Centro dos Autônomos foi construído por
ele quando era catequista para ser uma espécie de salão paroquial para as
reuniões e celebrações. Com a cisão, foi doado para os autônomos que o
ampliaram. Apesar da localidade possuir duas capelas de médio porte, os
autônomos não frequentam as mesmas, ainda que sejam católicos, pois estão
controladas por seus adversários de Chajtoj e San Isidro. Assim, realizam
semanalmente sua liturgia da palavra na sala de reunião dos autônomos e
eventualmente missas com algum sacerdote ligado à linha mais progressista da
Igreja Católica. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<span style="background: white; color: #222222; font-family: "Arial",sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<span style="background: white; color: #222222; font-family: "Arial",sans-serif;">A autoridade da comunidade é formada por dois
casais eleitos para um mandato bienal, até hoje sempre por acordo, pela
assembleia da qual podem participar todos os autônomos. Conforme Dom Mariano, para
conseguir o acordo fundante da comunidade e evitar maiores conflitos, San
Isidro de La Liberdad não é formalmente aderente ao zapatismo, apesar das
famílias mais simpatizantes participarem das diversas atividades do movimento e
apoia-lo sempre que possível e necessário, como na organização de eventos. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<span style="background: white; color: #222222; font-family: "Arial",sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<span style="background: white; color: #222222; font-family: "Arial",sans-serif;">A economia da comunidade está baseada
principalmente no plantio do milho e feijão. Como estão localizados em
montanhas, que, além do relevo acidentado, faz muito frio dificultando o
desenvolvimento das culturas, as famílias alugam um terreno, chamado de <i>Tierra Caliente,</i> na capital Tuxtla
Gutierrez, que mesmo distante pouco mais 50 km de San Isidro de La Liberdad,
possui clima totalmente diferente, tropical úmido com chuvas concentradas
principalmente no verão. Nesta época, os homens ficam semanas na localidade
semeando que quatro meses depois são colhidas.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<span style="background: white; color: #222222; font-family: "Arial",sans-serif;">O maior conflito entre a comunidade de Chatoj e
San Isidro de La Liberdad aconteceu em 2010, quando os autônomos, tendo seus
filhos sem escola e estudando improvisadamente em seu Centro, decidiram tomar a
escola oficial. A ação resultou numa luta corporal deixando quase todos os
homens das duas comunidades feridos. Um acordo, mediado pela Prefeitura de
Zinacatan, doou a Escola para os autônomos e o prédio da administração na localidade
se tornou a Escola da comunidade oficial. A educação é prioridade da comunidade que com a ajuda internacional, possui não só o ensino básico, como também o médio.
Através da educação, San Isidro de La Liberdad busca avançar na autonomia com
uma participação cada vez mais consciente e lúcida.</span><o:p></o:p></div>
Ismar Capistranohttp://www.blogger.com/profile/01561352613362964489noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3176634623226540613.post-88155700526900291462015-07-20T19:15:00.000-07:002015-07-20T19:16:03.900-07:00Diversidades e identidades<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgBdnoDl7pp02Xtq5BNrruVGmdIkX_LVNKV2UUcbIrqrNUULRg7HcXEVlcLEnE3dvduKy_Ztg_Itrc3m2DEvLGai8-94I-bptERkIHYQMCfvccKHxAC-BMRe7F2DrQ_db1JbO8Q-aDmSSVu/s1600/guatemex.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgBdnoDl7pp02Xtq5BNrruVGmdIkX_LVNKV2UUcbIrqrNUULRg7HcXEVlcLEnE3dvduKy_Ztg_Itrc3m2DEvLGai8-94I-bptERkIHYQMCfvccKHxAC-BMRe7F2DrQ_db1JbO8Q-aDmSSVu/s400/guatemex.jpg" width="400" /></a></div>
<div class="MsoNormal">
A diversidade não é só uma condição humana, mas uma postura
de respeito às diferenças e aos diferentes. Certamente, não é uma posição fácil
e cômoda. Aceitar o outro significa, muitas vezes, negar a si ou, ao menos,
desapegar-se de convicções, compreendendo-as como crenças particulares.</div>
<div class="MsoNormal">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
A defesa da diversidade compõe, em última instância, a busca
pela reciprocidade. Em outras palavras, tratar o outro da maneira como
gostaríamos que fossemos tratados. O princípio é assim, a alteridade, isto é, o
reconhecimento do outro como diferente de mim. Esta é uma relação não só
interpessoal e individual, mas sobretudo social, dado que nos organizamos em
culturas que se tecem nas diferenças. Pois, o conjunto de bens simbólicos, comportamentos
e crenças de uma coletividade se estabelece em dois movimentos, um interno de
identidade que gera laços de pertencimento, o reconhecimento mútuo entre seus
membros, e um outro, externo, baseado na diferenciação dos outros grupos.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
O problema reside quando este processo nos incapacita de reconhecer
identidades ou, ao menos, proximidades entre os diferentes e ironicamente a
diversidade, pensada para a reciprocidade, acaba dificultando ou inviabilizando
o convívio entre os diferentes que inevitavelmente exige o mínimo de
articulação e solidariedade. Neste extremo, a defesa das diferenças pode chegar
ao distanciamento e isolamento. Como tecer relações, mesmo que contingentes e
temporárias, com o outro sem o identificar?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Assim um movimento contrário se faz necessário: encontrar
identidades mesmo nas diferenças. Para isso, é preciso saber que as culturas
não são monolíticas e puras. São, inevitavelmente, mestiças e híbridas, historicamente
tecidas também através de relações de encontros e proximidades.</div>
<div class="MsoNormal">
Esta percepção me surge quando, pela quinta vez, fui para
San Cristóbal de Las Casas (Chiapas – México), em julho de 2015. Só que desta
vez decidi entrar pela fronteira de Guatemala. Assustei-me com as proximidades
entre os dois lugares que, mesmo em países distintos, aproximam-se mais do que
o Distrito Federal (DF) mexicano de Chiapas. A proximidade está não só nas
empresas do México, como Elecktra eletrodomésticos, o Banco Asteca, as
Farmácias Simi, a Cervejaria Modelo, instaladas em território guatemalteco, como
parte do expansionismo econômico regional, mas nos próprios costumes. Mesmo que
mais espessas, as tortilhas também acompanham as refeições. As indígenas com
seus trajes típicos vendem artesanatos e comidas nas ruas tal qual como as
Chamulas em San Cris. A arquitetura colonial é a mesma qualquer cidade
explorada pelos ibéricos.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Para reconhecer estas identidades é necessário entender que não
são mera coincidência ou fruto do universalismo humano, mas que, apesar de suas
específicas conjunturas, historicamente Chiapas pertenceu à Audiência da
Guatemala durante todo o período de colonização e que os povos originários
destas regiões possuem a descendência maya, partilhando, mesmo sem o
reconhecimento mútuo, tradições, conhecimentos e comportamentos. A compreensão desses
inevitáveis encontros possibilita criar, ainda diante dos irreconciliáveis
conflitos, pontes de encontros com o outro, sem as quais alteridade e
diversidade se anulam a si mesmas.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
Ismar Capistranohttp://www.blogger.com/profile/01561352613362964489noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3176634623226540613.post-45646882090395046952015-06-27T10:00:00.002-07:002015-06-27T10:00:59.068-07:00A rede CUCA e as novas perspectivas comunitárias<div class="Pa3" style="margin-bottom: 5.0pt; text-align: justify; text-indent: 8.0pt;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11pt;">Por
Gustavo Freitas <o:p></o:p></span></div>
<div class="Pa11" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11pt;">Os CUCAs, centros de promoção de
arte, cultura e lazer, são equipamentos da Prefeitura Municipal de Fortaleza
criados para atender jovens e adultos em áreas de vulnerabilidade social. Esses
equipamentos estão situados em bairros de maior índice populacional e fácil
acesso aos outros bairros de seu entorno, como a Barra do Ceará, o Jangurussu e
o Modubim. <o:p></o:p></span></div>
<div class="Pa11" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11pt;">Esses centros vêm transformando a
realidade de muitas pessoas da capital cearense. Os cursos oferecidos, além de
formar politicamente jovens e transformá-los em multiplicadores de uma
consciência politica nos bairros, forma-os para o uso de equipamentos de comunicação,
por exemplo. <o:p></o:p></span><br />
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11pt;"><br /></span></div>
<div class="Pa11" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11pt;">Entre todas as possibilidades
oferecidas na Rede CUCA, a revista comunidades fez um apanhado sobre o
desenvolvimento de atividades voltadas para as questões da comunicação e conferiu
a forma como equipamentos como Rádio e TV estão integrando a juventude e
gerando interesse nas pessoas. <o:p></o:p></span></div>
<div class="Pa11" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11pt;">Os CUCAs estão divididos em três
diretoria: de Educação, Difusão e Programação Cultural e Promoção de Direitos
Humanos. Esta última, é a responsável por formações de promoção da saúde,
formação política para participação social juvenil, Comunicação Popular e
Economia Criativa. A intenção do equipamento é trazer jovens para seu ambiente
e fazer com que eles, através de suas próprias demandas, desenvolvam programações
que venham a atender demandas de interesse social, especialmente, que se
relacionem com a realidade da comunidade em que vivem. <o:p></o:p></span><br />
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11pt;"><br /></span></div>
<div class="Pa11" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11pt;">Gecíola Fonseca, Supervisora de
Comunicação Popular e Cidadania do CUCA Jangurussu, destaca a comunicação como
sendo um direito das pessoas e que muitas comunidades, especialmente as mais
pobres, não o tem. “Aqui damos voz e vez aos alunos. Nosso principal objetivo é
acompanhar jovens, formando-os, para que se apropriem dos espaços, dos
materiais aqui disponíveis e produzam. As comunidades dessa região, por
exemplo, na maioria das vezes só se veem em programas policiais e as matérias
lá transmitidas não descrevem a realidade. O que é produzido aqui sim, o lado
bom da rotina comunitária é evidenciado e as temáticas são assuntos de
interesse real da população”, disse. <o:p></o:p></span></div>
<div class="Pa11" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif;"><span style="font-size: 11pt;">Apesar dos CUCAs serem
equipamentos de oferecimento de meios e fomento à comunicação, podem se
encaixar em características de veículos comunitários trazidas por Beatriz
Dornelles no texto Imprensa Local. Através de seus programas de rádio,
produzidos pelos jovens da comunidade e das atividades audiovisuais, os CUCAs
gera empatia e proximidade com o local no qual está inserido, cria um ambiente
de familiaridade </span><span style="font-size: 14.6666669845581px;">através</span><span style="font-size: 11pt;"> de um resgate de identidades e raízes históricas e
culturais e dá margem para a pluralidade e diversidade de expressões. <o:p></o:p></span></span><br />
<span style="font-family: Arial, sans-serif;"><span style="font-size: 11pt;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif;">Gecíola Fonseca, entrevista pela Comunidades esclarece ainda que
nas formações em rádio, por exemplo, os profissionais não se prendem a roteiros
de ensino e notas de aula, pois, preferem deixar o jovem apresentar aquilo que
quer aprender e sob qual viés quer trabalhar. Um dos projetos do CUCA
Jangurussu é pôr no ar uma rádio com programação fixa. Plano que já está se
concretizando. Todas as quartas, os jovens apresentam uma programação de duas
horas. As pautas são escolhidas por eles, aplicadas em um contexto comunitário
e trabalhadas. Em junho, por exemplo, dois dos temas a serem abordados são: redução
da maioridade penal e diversidade, temas que atingem a periferia da cidade com
uma forma ainda mais negativa do que é abordada pela grande mídia.</span><span style="font-family: "Arial","sans-serif";"><o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3176634623226540613.post-67580165065573790692015-06-27T10:00:00.001-07:002015-06-28T11:54:06.856-07:00Página do Facebook Bairro Serrinha é modelo de comunicação comunitária nas redes<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif;"><span style="line-height: 18.3999996185303px;">Por Rafaella Girão </span></span><br />
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Em meados dos anos 90,quando
se falava em comunicação comunitária,logo vinha à cabeça os jornais de bairro, as
rádios e os folhetins informativos. Hoje ,com o advento da internet e um
aumento significativo de pessoas com acesso as plataformas digitais, os meios
de comunicação utilizados pelas comunidades vão além da TV. Uma pesquisa feita
pelo IBOPE em 2014 ,por encomenda do governo,aponta que a internet é o segundo
meio de comunicação mais usado,ou seja,o “comunicar local” ou a “voz do povo” pode
surgir de uma página no Facebook. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">E isso é o que vem
acontecendo no Bairro Serrinha, a página do Facebook “Bairro Serrinha” vem
conquistando os moradores do bairro. Ela surgiu através de uma iniciativa
pessoal e hoje, apresenta em suas postagens resultados do cunho econômico, cultural
e ideológico da comunidade Serrinha.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Elvis Mesquita,30,
publicitário e designer em entrevista compartilharam como o Projeto “Bairro
Serrinha surgiu, os critérios utilizados nas postagens e o como a população do
bairro se beneficia da página.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Foi através da disciplina de
comunicação comunitária na faculdade, que a página surgiu. Elvis e um grupo de
colegas iniciaram um trabalho acadêmico no ano de 2012, que consistia em
desenvolver uma forma de comunicação para o seu bairro. No início, foi criado
um site e uma página no Face book,como o intuito era só para a obtenção de
nota,e a professora que avaliou a equipe,disse que eles haviam exagerado na
produção dos meios de comunicação. Elvis discordou da professora e outros os
estudantes não deram muita vazão a página. Seis meses depois,ele faz uma busca
rápida e se surpreende com a quantidade de seguidores,eram 300 seguidores disse
ele.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">E foi a partir desse
interesse que os moradores do bairro tiveram pela página, que o publicitário,
através de um trabalho voluntário, decidiu continuar criando conteúdo
informativo para a comunidade da Serrinha. “Não é uma tarefa fácil ter que
associar minha vida pessoal ao voluntariado, muitos acontecimentos do bairro
podem passar despercebidos, mas geralmente dou sempre um jeito de ir lá cobrir
da melhor forma possível.”<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"> As postagens se dividem em três categorias,
históricas, atualidades e notícias de última hora. Acontecimentos como: “Vai
faltar água amanhã tal hora,” Vacinação na principal praça do bairro, tudo isso
é noticiado” diz Elvis. Outro ponto importante é a linguagem como o texto das
postagens é construído, respondendo as seguintes perguntas: o que, como, quem, quando?
para que a informação não deixe dúvidas. A página também se pauta no
agendamento cultural do bairro, eventos juninos, intervenções artísticas, cursos
promovidos pela associação do Bairro Serrinha, programas sociais, dentre
outros. Quando indagado sobre suas principais fontes, Elvis diz não dar
credibilidade para fofocas, e burburinhos, e usa informações de jornais locais.
<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">“Com “relação ao famoso
“achados e perdidos”, não é muito comum,” às vezes alguém perde um cachorro, aí
a gente faz uma postagem”. Mas, houve um caso muito interessante, um ex-morador
estava residindo em São Paulo e não tinha nenhum contato com a família, que ainda
morava no bairro Serrinha. Então, foi feito uma postagem contando a história
dele e a página possibilitou esse reencontro, isso foi muito gratificante e é
por acontecimentos como esses, que o administrador da página Bairro Serrinha
continua com seu trabalho voluntariado.<o:p></o:p></span></div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3176634623226540613.post-49811761553026019922015-06-26T10:30:00.000-07:002015-06-27T10:02:56.570-07:00Site leva o bairro de Messejana para a internet<div style="text-align: justify;">
<i style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Portal Messejana
aproxima os moradores e ajuda a dar destaque a uma importante região de
Fortaleza </span></i></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 107%; text-align: right;">Texto por Gabriela Neres</span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Com a expansão da internet o ato de
comunicar ficou mais fácil. Qualquer um, em qualquer lugar pode produzir
informação e compartilhá-la em segundos. Tudo ficou mais ágil. Essa facilidade
também chegou nos meios de comunicação comunitários, que encontraram na web um
meio de produção simples, barato e que não exige muitos conhecimentos. Isso simplificou
a criação de conteúdos feitos pela comunidade para a comunidade. <o:p></o:p></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">O Portal Messejana é um exemplo disso.
No ar há mais de oito anos, o site – que é uma iniciativa do Instituto Portal
Messejana– é produzido por alguns moradores do bairro de Messejanae tem como
objetivointegrar a comunidade dessa região de Fortaleza e produzir um conteúdo
direcionado a ela. O instituto, que mantém o site no ar, é uma organização
não-governamental e não possui fins lucrativos. O Portal Messejanaé
considerado, atualmente, o maior núcleo de informações sobre o bairro
disponibilizado na internet. <o:p></o:p></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Com reportagens e artigos que vão
desde o histórico do bairro Messejana até pontos turísticos do Ceará, o portal
tornou-se conhecido entre os moradores e virou uma ponte entre o poder público
e a população. É comum ver na página do Facebook, mantida pelo portal,
reclamações sobre ruas esburacadas, esgotos a céu aberto, praças sem
manutenção, entre outros assuntos que competem à prefeitura. Uma boa maneira de
tornar os problemas do bairro mais visíveis.<o:p></o:p></span><br />
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">O Portal Messejana também ajuda a dar
destaque ao comércio local com uma aba no site que faz anúncios dos
empreendimentos do bairro. “Dentro das propostas do Instituto está a integração da comunidade e o
oferecimento de publicidade a baixo custo para o empresariado. Assim, todos são
beneficiados. Os empresários e os clientes, que podem consultar os diversos produtos
e serviços oferecidos na grande Messejana”, explica adireção do instituto.<o:p></o:p></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Outro assunto que ganha destaque no
site são os pontos turísticos cearenses. A equipe do portal visita diversos
locais e os apresenta através de reportagens no Youtube e fotografias, ajudando
a promover o Ceará. <o:p></o:p></span><br />
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">O contato com os moradores é
constante. O site possui um local para que recados, artigos, reclamações sejam
enviados para os administradores. Além disso, o portal está presente nas redes
sociais mais comuns como o Facebook e o Twitter, onde a interação se dá por
meio dos comentários e bate-papos. <o:p></o:p></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Com tantos serviços para a população
o Instituto Portal Messejana recebeu reconhecimentos nas esferas federal,
estadual e municipal. Em 2012, o instituto foi qualificado, pelo Ministério da
Justiça, como Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP). “O
reconhecimento do Instituto Portal Messejana como OSCIPsignifica mais um passo
da entidade no sentido de realizar seus projetos de interesse público e de toda
a comunidade”, destaca a direção do portal.<o:p></o:p></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Em 2013, a Câmara Municipal de
Fortaleza, através do Projeto de Lei n° 0092/2013, reconheceu o instituto como
entidade de Utilidade Pública. Já o Governo do Estado do Ceará fez esse
reconhecimento em 2014, com a lei n° 15.701. <o:p></o:p></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<div style="text-align: justify;">
<b><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Beleza em destaque<o:p></o:p></span></b></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 107%; text-indent: 1cm;">O Concurso Garota do Mês Portal
Messejana, realizado desde 2012, é um dos pontos fortes do portal. O projeto
busca promover a beleza da juventude do bairro e facilitar o acesso
profissional das garotas que desejam ingressar na carreira de modelo.</span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">A cada mês uma jovem é escolhida como
“garota do mês” através de votação na fanpage do portal. A eleita do mês ganha
um book fotográfico feito por um parceiro do Portal Messejana e tem suas fotos
divulgadas no site. A cada ano, todas as “garotas do mês” participam de um
desfile produzido pelo portal onde a Garota Portal Messejana é escolhida. <o:p></o:p></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Para Yohanna Furtado, 19, ser
escolhida como a Garota Portal Messejana 2014 só trouxe benefícios. “Ganhei
brindes, presentes, dia de beleza em alguns salões de Messejana. Ganhei uma
viagem pra Guaramiranga, passeios, book com fotos... Reconhecimento também. Digamos
que foi uma experiência maravilhosa”, conta a jovem, que passa a faixa para a
próxima garota em setembro desse ano. <o:p></o:p></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"> SERVIÇO<o:p></o:p></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Portal Messejana: www.portalmessejana.com.br<o:p></o:p></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Facebook: Portal Messejana<o:p></o:p></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">E-mail: contato@portalmessejana.com.br<o:p></o:p></span></div>
</div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3176634623226540613.post-15178626451703136712015-06-25T20:08:00.001-07:002015-06-27T09:48:34.455-07:00Fábrica de Imagens<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">A comunicação em defesa dos outros olhares<o:p></o:p></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; line-height: normal;">Texto por Ângela Barroso </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; line-height: normal;"><br /></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">A
Organização Não Governamental (ONG), Fábrica de Imagens, com o apoio do Governo
do Estado do Ceará e patrocinado pela Petrobrás e Governo Federal, trabalha com
ações de promoção da igualdade de gênero e afirmação da diversidade sexual
através de formação, produção, difusão na área cultural e de comunicação na
fabricação de imagens, vídeos e jogos eletrônicos.<o:p></o:p></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Tudo
começou por uma ação desenvolvida em Fortaleza com o tema “ A face masculina do
planejamento familiar”, no período de 1994 a 1997. Esse projeto de pesquisa
tinha como objetivo, traçar um perfil do nível de inserção de homens de classes
populares (operários da construção civil), na esfera do planejamento familiar e,
então, pela ação socioeducativa, trabalhar a construção de relações de gênero
imparcialmente.<o:p></o:p></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Segundo
a jornalista Monique Linhares, que colabora na Fábrica de Imagens, a ONG iniciou
as atividades com trabalhos e discussão sobre gêneros, nas oficinas realizadas
com os pedreiros da construção civil, “ durante as formações eram encaixadas as
questões sócio político, gênero, direito da mulher e do combate ao machismo
principalmente nesse ambiente tão hostil para as mulheres na construção civil”,
disse.<o:p></o:p></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Após o
sucesso desse projeto inicial, a Fábrica de Imagens, viu a possibilidade de
trabalhar com a comunicação na realização de cursos de fotografia,audiovisual,
jogos eletrônicos e animação 3D, nascendo assim o Centro de Arte, Cultura,
Comunicação e Novas Tecnologias (CACTO).Essa iniciativa da Fábrica,é
patrocinada pelo Programa Desenvolvimento e Cidadania da Petrobras, tendo como
objetivo a constituição de um centro de referências em estratégias culturais
para promover os direitos humanos com foco nas áreas de gênero, diversidade
sexual e juventude.<o:p></o:p></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Na
Fábrica são realizados quatro cursos por ano, um de cada modelo. As aulas
acontecem três vezes por semana, no período de 6 a 8 meses entre jovens de 16 a
19. A preferência é para os alunos de escola ou faculdades públicas não
excluindo os particulares, “desejamos que aqui seja um espaço comunitário onde
os participantes saiam com uma perspectiva maior de emprego na área de
comunicação após a conclusão do curso”, comenta Monique, afirmando que muitos
jovens saíram com emprego garantido pois os cursos são constantemente
renovados.<o:p></o:p></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">O
diferencial dos cursos realizados na Fábrica, segundo a jornalista, são os
módulos sócios políticos realizados antes de chegar na parte prática a mais
esperada pelos alunos. Assuntos como direitos humanos, raça, etnia, conflitos
geracionais e religião são abordados com os participantes,acontecendo primeiro
uma conscientização antes das aulas teóricas e práticas.<o:p></o:p></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"> Além de fornecer gratuitamente todo o material
necessário como câmeras, computadores, e toda a parte tecnológica, também são
gratuitos as inscrições, transportes e lanche na hora dos intervalos.Para fazer
um dos cursos basta preencher um formulário e ao ser selecionado participa de
uma entrevista.<o:p></o:p></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Outros
projetos fazem parte da Fábrica de Imagens. “Outros Olhares” que tem como
objetivo formação de futuros educadores, agentes sociais e ativista por meio de
eventos, materiais e debates pautados nos direitos humanos, gêneros e
diversidade sexual. Já o projeto “Curta O Gênero” se coloca como uma
contribuição para a mudança de mentalidade por meio das produções audiovisuais,
documentários e exposição fotográfica mostrados em eventos e simpósios e
denunciam neles, as desigualdades e preconceitos contra a mulher, paternidade,
classe social e exploração sexual. De forma artística, esses projetos abrem
espaços para melhor discutir sobre essas temáticas.<o:p></o:p></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">São
muitos os desafios enfrentados principalmente de estrutura de sustentabilidade
e da participação inconstante dos jovens que gera uma grande evasão dos
participantes nos cursos, apesar da gratuidade. Porém há sempre uma ideia nova
para atraí-los, “usamos da criatividade, da formação humana, acompanhamento nos
equipamentos e de bons profissionais para fazermos um diferencial”, garante
Marcos Rocha coordenador geral da ONG.<o:p></o:p></span></div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 11.0pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">Para a estudante
Nicole Silva,17 anos e que estuda na rede pública, participar do curso de
fotografia está sendo maravilhoso, “em nenhum outro lugar teria uma
oportunidade como essa. Já aprendi muito”, diz entusiasmada à espera do
primeiro emprego.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Fábrica
de Imagens<o:p></o:p></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Rua
Odilon Benévolo, 1133, Maraponga – Fortaleza, Ceará.<o:p></o:p></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">CEP:
60710-715<o:p></o:p></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Telefone(s):
85-34951887</span><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><o:p></o:p></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif";"><br /></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3176634623226540613.post-21361244457701852202015-04-03T17:06:00.002-07:002015-06-26T20:45:13.219-07:00Cultura da transparência ou cultura da intrusão?<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://www.eutelsat.it/wp-content/uploads/De-Kerchove-e-il-futuro-dellHD1-199x300.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="http://www.eutelsat.it/wp-content/uploads/De-Kerchove-e-il-futuro-dellHD1-199x300.jpg" height="200" width="132" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 18.0pt;">
<span lang="PT-BR">A cultura da transparência se tornou,
ultimamente, muito mais do que um tema acadêmico, mas uma preocupação
governamental e um marketing de empresas, pretensa e falsamente transparentes.
Segundo o professor Dr. Derrick de Kerchove da Universidade de Toronto, durante
a Conferência de Abertura do Congresso Internacional de Comunicação
Ibero-Americano (Ibercom), em 31 de março de 2015, em São Paulo, a explosão dos
dados (big data) é uma causas desta inevitável transparência. Para onde vamos,
nas redes digitais, deixamos rastros que podem ser voluntariamente ou involuntariamente
acompanhados, vasculhados e reconstituídos. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 18.0pt;">
<span lang="PT-BR"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 18.0pt;">
<span lang="PT-BR">“Antes a tortura era a base da transparência.
Hoje é o big data é nosso torturador”, afirmou Kerchove. Ele indica a
recomendação de Byung-Chul Han, autor de A sociedade da transparência, para a
situação: em vez de lamentar a transparência, precisamos explorar as
consequências da transparência. Para isso, necessitamos criar direitos de
acesso, de correção, de uso e reuso, de propriedade e distribuição e uma nova Governança,
o empowerment de um governo aberto e da democracia em geral e irrestrita. Para
ele, esta cultura da transparência seria conquistada também por informação de
guerrilha, como o as do Wikileaks, a guerra cibernética dos hackers contra
governos autoritários e mobilizações de ruas, como os Anonymous.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 18.0pt;">
<span lang="PT-BR"><br /></span></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://img.informador.com.mx/biblioteca/imagen/370x277/990/989741.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://img.informador.com.mx/biblioteca/imagen/370x277/990/989741.jpg" height="149" width="200" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 18.0pt;">
<span lang="PT-BR">Para mim, pensar nesta cultura da
transparência, só seria possível se não reconhecêssemos, como ensina o
sociólogo francês Dominique Wolton, que a internet possui temporalidades
diferentes e distâncias intransponíveis, que há uma defasagem entre o mundo
vivido e o mundo representado e que as desigualdades ressurgem entre os mais
protegidos e os quase completamente desprotegidos, entre os mais competentes e
os menos habilidosos, entre os mais conectados e os poucos conectados... Falar
em cultura da transparência pode obscurecer a cultura da intrusão que o
mercado e os governos tentam nos impor.<o:p></o:p></span></div>
Ismar Capistranohttp://www.blogger.com/profile/01561352613362964489noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3176634623226540613.post-5411980855916070952015-04-03T15:49:00.000-07:002015-04-03T16:08:26.964-07:00Latour: o obscurecimento da diversidade nas máquinas e no conhecimento?<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/c/cb/BrunoLatour.jpg/640px-BrunoLatour.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/c/cb/BrunoLatour.jpg/640px-BrunoLatour.jpg" height="200" width="168" /></a></div>
<div class="MsoNormal">
Minha
sobrecarga durante a investigação doutoral faz com que alguns autores
permaneçam anos na minha fila de espera para lê-los. Dentre estes Deleuze,
Gatarri, Elias e o francês Brunol Latour, que se destaca não só por
estar constantemente circulando nas discussões sobre comunicação, redes,
internet e tecnologias, mas por meus pré-conceitos a sua ideia de inteligência artificial
e às apresentações sobre sua teoria.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">O último
contato com as ideias latoursianas foi na palestra do Prof. Dr. André Lemos da
Universidade Federal da Bahia (UFBA), um dos principais pesquisadores
brasileiros de Cibercultura, durante a Semana de Abertura do semestre do
Programa de Pós-Graduação em Comunicação (PPGCOM) da Universidade Federal de
Minas Gerais (UFMG) em 25 de março de 2015. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://w3.ibsttc.net/uploads/RTEmagicC_pesq__andre-lemos.png.png" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="http://w3.ibsttc.net/uploads/RTEmagicC_pesq__andre-lemos.png.png" height="166" width="200" /></a></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Três
questões me incomodaram em sua fala. Primeiro, a ideia de imunidade de Latour
às políticas epistemológicas porque sua teoria não estaria inserida na lógica
de disputas acadêmicas, mas pertenceria a lógica de agregar conhecimentos. O
questionamento me foi inevitável: seria possível a construção de uma teoria ou
epistemologia fora dos conflitos e articulações dos grupos que criam ou se
inserem os pesquisadores na construção teórico-metodológica¿ Essa pretensa
imunidade não serviria para encobrir uma posição política e epistemológica da
ingênua crença nos consensos</span>?</div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Outra
questão que me incomodou foi a forma como Lemos apresentou a ideia de
diversidade dos conhecimentos para Latour, afirmando que, por exemplo, as
ciências não teriam chaves de leitura para entender a dança da chuva, dado que
iria ridiculariza-la por sua ineficácia no estímulo às precipitações. De qual
ciência está se falando? Do utilitarismo científico do século XVIII? Talvez neste
caso a afirmação pudesse ser aceitável, no entanto as ciências possuem sim, atualmente,
chaves de leituras para relacionar-se com essas diversidades de representações,
discursos e vivências sobre o real. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">O
interpretativismo da antropologia cultural de Clifford Geertz, por exemplo,
procura relacionar-se com essa diversidade, compreendendo a partir da descrição
densa os valores culturais dos grupos como próprios de sua expressão e
adaptação ao ambiente, às construções simbólicas, à história e à política.
Assim nesta perspectiva, a dança da chuva é uma valiosa manifestação, rica de
signos que revelam o grupo cultural, as relações sociais e as disputas de
poder.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 11pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Times, Times New Roman, serif;">Por fim, senti outro incômodo com a utilização
do conceito de mediações como sinônimo de tradução e preposição. Ora, mediações
não são abreviações de intermediações, que até poderiam ser interpretadas assim
e nessa perspectiva, os dissensos e disputas inevitáveis nas relações humanas
seriam obscurecidos. Mediações são deslocamentos. São práticas culturais.
Assim, imprescindivelmente diversas, conflitivas e agonísticas. Creio que nesta
abordagem, a epistemologia da comunicação poderia ser melhor contextualizada em
sua condição de historicidade e a diversidade das ciências compreendidas.</span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 11pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Times, Times New Roman, serif;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 11pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Times, Times New Roman, serif;">Principais livros de Bruno Latour: Jamais fomos modernos e Enquête sur les modes d'existence.</span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 11pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Times, Times New Roman, serif;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 11pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Times, Times New Roman, serif;"><br /></span></span></div>
<h3 class="r" style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial, sans-serif; font-size: 18px; font-weight: normal; margin: 0px; overflow: hidden; padding: 0px; text-overflow: ellipsis; white-space: nowrap;">
</h3>
Ismar Capistranohttp://www.blogger.com/profile/01561352613362964489noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3176634623226540613.post-79046724463491984812013-06-17T20:00:00.000-07:002013-06-17T20:10:02.279-07:00Educomunicação: O resultado positivo de uma ação conjunta<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjWxSF9RxqUbRCvY5WoKAZr1ysW0WMqjkHNrweg3z7hnlMaB-Aj_8IQ4ETtNPk4ztLA7bXgO_qmk_orRkkgRJbkj_0h0CODab4I9CZdrR-jdYAy49Z7uKT7G2-asUYxYIDojm6JPgMKGUqM/s1600/1293100634_149875936_1-Fotos-de--Pos-graduacao-em-Educomunicacao.gif" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><br /><img border="0" height="125" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjWxSF9RxqUbRCvY5WoKAZr1ysW0WMqjkHNrweg3z7hnlMaB-Aj_8IQ4ETtNPk4ztLA7bXgO_qmk_orRkkgRJbkj_0h0CODab4I9CZdrR-jdYAy49Z7uKT7G2-asUYxYIDojm6JPgMKGUqM/s400/1293100634_149875936_1-Fotos-de--Pos-graduacao-em-Educomunicacao.gif" width="400" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<i><br /></i></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; line-height: 18px; text-align: justify;"><i>Por Soriel Leiros, Diana Valentina e José Gabriel </i></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="line-height: 18px;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
No decorrer do primeiro semestre de 2013, nos deparamos com diversos conceitos da área de Comunicação, inclusive, a própria definição do que é Comunicação, importantes para nós, jornalistas em formação. Resgatamos autores, dividimos opiniões, realizamos debates e discussões. Conhecemos novas possibilidades de mudança, da defesa da coletividade, da reivindicação de direitos, da tentativa de integração com os diferentes setores da sociedade, enfim, nos deparamos com o ideal de comunidade, daquilo que pode ser e, de fato, é popular.<br />
<br />
O encerramento da disciplina foi marcado pelo contato com mais um ponto dentro desse contexto: a educomunicação. Já que respondemos tanto a pergunta “o que é?” durante os últimos meses, chegou o momento de entender como funciona a educação e a comunicação juntas, e qual o resultado da junção desses dois universos.<br />
<br />
A educomunicação tem como proposta de criação de ambientes comunicativos abertos, onde podemos ter diálogos criativos em espaços educativos, quebrando assim a hierarquia existente na forma atual de distribuição de conhecimento. Sua meta é construir a cidadania a partir da ideia de que todos têm direito à expressão e à comunicação.<br />
<br />
A partir da educomunicação é possível promover uma educação onde o sujeito é colocado a pensar, desenvolver sua consciência e seu senso crítico, o que é extremamente importante dentro nosso país.<br />
<br />
Como exemplos da educomunicação na prática, temos a ONG Catavento, que existe desde 1995 e atua principalmente na democratização e compreensão das diversas formas de comunicação. Promovendo encontro de culturas diferentes, sempre tentando mobilizar e sensibilizar profissionais para a importância dos processos comunicativos. A ONG desenvolve projetos em todo o Ceará e tem como foco ações no contexto do semi-árido.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgclSgW3pvDe6f2sEx59e9RJ4EUd0evA2eaHld4fTGSVBPp9KRiGcEEP3MlwzryS5O5ypCAR1KP4FsVexllm7YoRz0XWdMVLIf12LlnlY3gWZGnPE8Ys0tV-5juMlCtWWGuqFQj3sznG6e0/s1600/catavento2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="295" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgclSgW3pvDe6f2sEx59e9RJ4EUd0evA2eaHld4fTGSVBPp9KRiGcEEP3MlwzryS5O5ypCAR1KP4FsVexllm7YoRz0XWdMVLIf12LlnlY3gWZGnPE8Ys0tV-5juMlCtWWGuqFQj3sznG6e0/s400/catavento2.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Site da ONG Catavento</td></tr>
</tbody></table>
<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="line-height: 18px;">Outro exemplo interessante de ser citado é a ONG Viração, criada em 2003 e que atua nessa área divulgando práticas de educomunicação e mobilizando jovens e educadores. AONG tem projetos como a Revista, Agência de Notícias e mais 131 projetos desenvolvidos nos dez anos de sua existência.</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgCCAMX2JWGS9VnTHJSQSe_C-yPnoOTkq9VjPjr85r-YhVmTb8vI13dvrWhzNjqfijtYtr46u2bUnA2TrMUHGko9CGRVwEyNQqeib8L4fXn0DQLg5FxSL0fD-or4fkg_3S_eeyMdD0kC73X/s1600/catavento.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="276" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgCCAMX2JWGS9VnTHJSQSe_C-yPnoOTkq9VjPjr85r-YhVmTb8vI13dvrWhzNjqfijtYtr46u2bUnA2TrMUHGko9CGRVwEyNQqeib8L4fXn0DQLg5FxSL0fD-or4fkg_3S_eeyMdD0kC73X/s400/catavento.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Site da ONG Viração</td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; text-align: left;">
<span style="color: #222222;"><b>A adoção do modelo pelo governo</b></span><br />
<span style="color: #222222;">Com a proposta da educomunicação também foi criado um curso de Licenciatura na USP, visando o desenvolvimento e atuação do educomunicador. O objetivo do curso é suprir a demanda criada pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional que, década de 90, introduziu a comunicação, suas tecnologias e linguagens como conteúdos metodológicos no ensino médio do país.</span><br />
<span style="color: #222222;"><br /></span>
<span style="color: #222222;">O governo federal também adota o modelo de educomunicação em algumas ações desenvolvidas pelo Ministério do Meio Ambiente. O Programa Nacional de Educação Ambiental (ProNEA) caracteriza-se pela articulação de estratégias que tem na educação ambiental o principal foco. De acordo com texto, disponível no site do Ministério, “Em atendimento à lei 9795/99, da Política Nacional de Educação Ambiental, esta linha de ação tem como objetivo proporcionar meios interativos e democráticos para que a sociedade possa produzir conteúdos e disseminar conhecimentos, através da comunicação ambiental voltada para a sustentabilidade”.</span><br />
<span style="color: #222222;"><b><br /></b></span>
<span style="color: #222222;"><b>Encontro de Educomunicação</b></span><br />
<span style="color: #222222;">A educomunicação parece muito mais abrangente do que se imagina. Você sabia que existe um encontro nacional para educomunicadores? Em 2012, foi realizado o IV Encontro Brasileiro de Educomunicação, que discutiu várias temáticas, como “Educomunicação Sociambiental”, “Educomunicação e Saúde”, “Pedagogia da Comunicação” e “Mediação tecnológica em espaços educativos”. O evento ocorreu no bairro de Vila Mariana, na cidade de São Paulo e, ao todo, de acordo com a programação, contou 4 mesas-redondas, 20 painéis e 78 papers.</span><br />
<div>
<br /></div>
</div>
<div style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial;">
<span style="color: #222222;"><br /></span></div>
<div style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial;">
<span style="color: #222222;">A seguir um vídeo sobre Educomunicação com o prof. Ismar de Oliveira Soares, da Usp.</span></div>
<div style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial;">
<span style="color: #222222;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.youtube.com/embed/vz8a2xHb17M?feature=player_embedded' frameborder='0'></iframe></div>
<div style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial;">
<br /></div>
<div style="background: white;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><b>Links para saber mais:</b><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><b><br /></b></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><b>Guia do Estudante:</b> <a href="http://guiadoestudante.abril.com.br/profissoes/comunicacao-informacao/educomunicacao-685058.shtml">http://guiadoestudante.abril.com.br/profissoes/comunicacao-informacao/educomunicacao-685058.shtml</a><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><b>Encontro de Educomunicação</b>: <a href="http://www.cca.eca.usp.br/content/iv-encontro-brasileiro-educomunicacao">http://www.cca.eca.usp.br/content/iv-encontro-brasileiro-educomunicacao</a><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<b style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;">Livro:</b><a href="http://portaldoprofessor.mec.gov.br/storage/jornaldoprofessor/midias/imagem/0000000139/grande/0000001787.jpg" style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;">http://portaldoprofessor.mec.gov.br/storage/jornaldoprofessor/midias//imagem/0000000139/grande/0000001787.jpg</a></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
</div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3176634623226540613.post-3741515937566885532013-06-10T13:23:00.001-07:002013-06-10T13:23:33.272-07:00Imprensa Sindical: a democratização da comunicação em todos os setoresA comunicação vem se expandindo e atraindo diversos públicos. Os Sindicatos não ficaram fora desse e estão investindo cada vez mais na comunicação do setor.<br />
<br />
<b>O Sindicato dos Bancários do Ceará</b>, por exemplo, surgiu em 21 de fevereiro de 1933 e desde lá vem lutando por uma categoria mais valorizada. Os meios de comunicação, entretanto, são aliados indispensáveis. Atualmente o Sindicato conta com uma assessoria de imprensa, que inclui três jornalistas, um diagramador, um fotógrafo e um cartunista.<br />
<br />
As notícias e reportagens são publicadas semanalmente no jornal “Tribuna Bancária”, que possui uma tiragem de 11.500 exemplares e bimestralmente na revista “O Bancário”, Também há o programa matinal “Rádio Bancários”, exibido na Rádio Universitária, de 7:30 h às 8 h.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhmcTBOUfyTRlUg4HAyyD15DmTmMvniqergWBrYwBZXnnKGXzY0BnAF8K29wYn8QAdHB6l4gRn1TVlt7WR9nEA6wvoD-ylSBntxHLVYni9JbTe9U1LZOoOtJJIb5eozxWq8HkSeZXQO0czQ/s1600/jornal.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhmcTBOUfyTRlUg4HAyyD15DmTmMvniqergWBrYwBZXnnKGXzY0BnAF8K29wYn8QAdHB6l4gRn1TVlt7WR9nEA6wvoD-ylSBntxHLVYni9JbTe9U1LZOoOtJJIb5eozxWq8HkSeZXQO0czQ/s400/jornal.jpg" width="286" /></a></div>
<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh0fSBNR03Cb3kVByh4ZazFCk8Aq8xmLzG-15c4u97fyH5W_hKlmaT0q_V7mbHEbCXtLp5Kxdq_lM7iLKXp6_Yn_xjLUUx3O3cP1uk9cCipXrog91-UZHUIcwoliFOqH7mYQXtpquSI-nnZ/s1600/revista.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="181" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh0fSBNR03Cb3kVByh4ZazFCk8Aq8xmLzG-15c4u97fyH5W_hKlmaT0q_V7mbHEbCXtLp5Kxdq_lM7iLKXp6_Yn_xjLUUx3O3cP1uk9cCipXrog91-UZHUIcwoliFOqH7mYQXtpquSI-nnZ/s200/revista.jpg" width="200" /></a></div>
<br />
Com o advento da tecnologia, o Sindicato investiu também na criação de uma <i>FanPage</i> na rede social <i>Facebook</i> e uma conta no <i>Twitter</i>. “Nós buscamos atrair o nosso público, dar informações e unir a <b>categoria</b> por meio de uma comunicação organizada”, contou o diagramador Normando Ribeiro.<br />
<br />
A jornalista Sandra Jacinto, explicou que as pautas são cuidadosamente pensadas, não sendo necessário apenas o assunto “banco”. “Claro que as informações mais importantes são sobre a categoria, mas também procuramos mesclar as publicações com matérias sobre saúde, entretenimento e meio ambiente”. Os bancários, inclusive, podem<b> participar</b> do processo, enviando sugestões de matérias, fazendo críticas e colaborando com artigos. “É essencial que o bancário participe, pois ele estará valorizando os produtos e tornando-se mais próximo da instituição”, disse.<br />
<br />
A democratização da informação, além de unir grupos, fortalece e ajuda a categoria. Imprescindível também no relacionamento com a imprensa. A imprensa sindical vem se <b>fortalecendo</b>, tanto pela profissionalização dos seus departamentos de comunicação, por a ampliação das pautas e pelo contexto político social, que permite, atualmente, uma maior liberdade.<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<br />
<i>Por: Laís Brasil, Liane Braga, Gabriela Farias e Mateus Rocha</i>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3176634623226540613.post-11432653957928215602013-05-28T12:46:00.003-07:002013-05-28T15:13:47.245-07:00Ondas do Dendê<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh_2oG_wlr0kAknUGZm99A_08H2p-P3Ul3iH_6wHBzODsk_evY1BlEYoUA8GXxo3NUNtbDvAKQzelt2qDVEDtup8iDqDH6u_8R-fiRo_c97P7VcyShdyJSiTqF6QF7rTldEcoJiJ7l5sDCU/s1600/Dend%C3%AA+Sol+-+Foto+1.JPG" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh_2oG_wlr0kAknUGZm99A_08H2p-P3Ul3iH_6wHBzODsk_evY1BlEYoUA8GXxo3NUNtbDvAKQzelt2qDVEDtup8iDqDH6u_8R-fiRo_c97P7VcyShdyJSiTqF6QF7rTldEcoJiJ7l5sDCU/s320/Dend%C3%AA+Sol+-+Foto+1.JPG" width="320" /></a></div>
Há 21 anos, a comunidade do Dendê,
localizada no bairro Edson Queiroz, conta com uma rádio própria. Basta
caminhar um pouco pelas ruas para perceber que os postes transmitem uma
"energia" diferente, através das caixas de som sintonizadas na Dendê
Sol.<br />
<br />
A rádio comunitária surgiu a partir da necessidade de dar
voz aos moradores, de forma gratuita e independente. "Na época, um
senhor tinha uma radiadora e cobrava uma taxa para transmitir informes",
explica João Almeida, idealizador e locutor do projeto. Mas João foi
mais longe. Com a participação da própria comunidade, ofereceu uma
programação eclética: das músicas aos temas.<br />
<br />
Além de levar para
os moradores assuntos de interesse geral e local, como notícias, dicas
de culinária e religião, a rádio faz a transmissão de eventos realizados
a algumas quadras dali, como partidas de futebol e a Feira Economia
Solidária. Em troca de propaganda, alguns comerciantes apoiam com a
contribuição simbólica de 30 reais mensais.<br />
<br />
O estúdio é pequeno, a
equipe também (cerca de seis voluntários que se revezam em horários
alternados), mas o projeto hoje faz parte de algo grandioso, que inclui
ainda atividades sociais como cursos de capacitação e a Associação de
Mulheres Dendê Sol.<br />
<br />
Para a comunidade, o projeto é tão importante
que, segundo João, quando a rádio fica fora do ar por algumas horas, as
pessoas vão até o estúdio e perguntam: “O que está acontecendo? Por que
vocês não estão no ar hoje?”, diz, sorrindo, o locutor.<br />
<br />
<b>Associação de Mulheres Dendê Sol movimenta a economia da comunidade </b><br />
<br />
Ampliar
horizontes e possibilitar novas expectativas profissionais às mulheres
da comunidade Dendê. Foi com esse objetivo que, em meados de 2000, um
grupo de mulheres da comunidade decidiu se unir em uma associação
(futuramente denominada Associação de Mulheres Dendê Sol) para dar uma
nova finalidade às suas habilidades artísticas como artesanato e
fabricação de bijuterias.<br />
<br />
De acordo com João Almeida, essa
associação, constantemente apoiada pela rádio, tem transformado a vida
não só das mulheres da comunidade, mas de todos que dela participam.
Principalmente porque, a partir dessa iniciativa, diversas entidades
como, por exemplo, a Prefeitura de Fortaleza e o Serviço Brasileiro de
Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), começaram a investir em
cursos de capacitação profissional para a comunidade.<br />
<br />
Além disso,
a associação, em parceria com a rádio Dendê Sol, realiza todos os
sábados, uma feirinha para movimentar a economia da comunidade. Segundo
João Almeida, o evento semanal tem gerado bastante repercussão e, cada
vez mais, está chamando a atenção dos demais bairros de Fortaleza
para o belíssimo trabalho comunitário realizado pela comunidade Dendê.<br />
<br />
<b>(Luana Severo, Lara Costa, Felipe Sena e Anna Lionte) </b>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/17639580091576106870noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3176634623226540613.post-72101334545255783302013-05-17T16:06:00.000-07:002013-05-17T16:06:59.593-07:00A voz do povo é a voz... do povo! <br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";">Nem
só de pão vive o homem. Da mesma forma, nem só da mídia comercial vive a
comunidade.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";">Este
raciocínio é um dos principais pilares que sustentam as iniciativas da <b>imprensa popular</b>, ou seja, feita exclusivamente para suprir a demanda
comunicacional de determinadas comunidades. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";">Beatriz
Dornelles, em seu artigo intitulado <i>Imprensa
Local</i>, busca explicar as características e as peculiaridades da comunicação
popular, tendo, inclusive, a preocupação de deixar clara a linha tênue que a
diferencia da comunicação comunitária. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";">Para
a autora, ações de comunicação comunitária, necessariamente, exigem uma gestão
coletiva. Já a comunicação popular, nem tanto. O único critério para sua
efetiva funcionalidade é que seja comprometida com o bem da comunidade, buscando
fortalecimento de seus valores morais e éticos como arte, folclore, tradição e
ideologias. Sendo assim, cabe ao profissional de jornalismo que gerencia o
conteúdo de determinada mídia popular a seguir estes preceitos. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";"><br /></span></div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEilXhxYkCSCwab0DJXOJPdd4sY1BBo09FkntFXW6sol9FVZ1gnUNgHFM08lCMbyzYB0mYk8tF77OlviAZIr4BD8V2nF4Gtq6aRm3T7CqeBQ7la7F_2QocqqEXxq0XicxrBkZmxwpuI74Q6h/s1600/2013-05-17+19.png" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEilXhxYkCSCwab0DJXOJPdd4sY1BBo09FkntFXW6sol9FVZ1gnUNgHFM08lCMbyzYB0mYk8tF77OlviAZIr4BD8V2nF4Gtq6aRm3T7CqeBQ7la7F_2QocqqEXxq0XicxrBkZmxwpuI74Q6h/s320/2013-05-17+19.png" width="240" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Guia comercial distribuído no bairro Cidade dos Funcionários.<br />Antigamente, era impresso no formato A4 e distribuído<br />como informativo do bairro. </td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";">Porém,
na prática, o que vemos é bem diferente. Em Fortaleza, por exemplo, a maioria
dos jornais ditos de bairro ou de comunidade é, na verdade, um leque de opções
comerciais. O motivo é óbvio: patrocínio. No entanto, o uso do nome “jornal”
para denominar este tipo de “guia comercial”, é o que causa desconforto para
estudiosos e defensores da imprensa popular.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";">Um
jornal popular, feito para dar voz à comunidade e produzido com base nas
características da comunicação popular, deve buscar a divulgação de fatos
ocorridos no âmbito da própria comunidade. Se deixarmos de dar espaço para esta
divulgação de informações e, em seu lugar, encaixarmos campanhas publicitárias
(por mais que sejam de comércios existentes na comunidade), então deixamos de
fazer comunicação popular.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";">Outro
exemplo (que, particularmente, considero errôneo) de imprensa popular em
Fortaleza é o jornal Aqui CE. O periódico, com tiragem de aproximadamente dez
mil exemplares, defende seu conteúdo como sendo comunicação popular porque,
segundo o editor-executivo do jornal, Márcio Dornelles, é o que mais se
aproxima da realidade do povo cearense, seja na escrita, no formato, na
diagramação ou no próprio conteúdo. Uma rápida olhada em algumas capas do jornal
justifica a negatividade da minha opinião: <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg2pmWAmi2fW7_pyLF3u5G30QifV5FbNzLxUNJsTeNC2PdZsQmOCFYL3Rl73P0CCzgg7077tol62oLiEWBM_rRPa4AuHa_xYlqHDQZmwE8fuaPR2edvV70SVGeXX9uWc_p-e3ofxx4xiMIo/s1600/AQUI21012.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="209" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg2pmWAmi2fW7_pyLF3u5G30QifV5FbNzLxUNJsTeNC2PdZsQmOCFYL3Rl73P0CCzgg7077tol62oLiEWBM_rRPa4AuHa_xYlqHDQZmwE8fuaPR2edvV70SVGeXX9uWc_p-e3ofxx4xiMIo/s320/AQUI21012.JPG" width="320" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://www.cearanews7.com.br/sites/default/files/styles/large/public/field/image/aqui_capa_23julho.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="http://www.cearanews7.com.br/sites/default/files/styles/large/public/field/image/aqui_capa_23julho.png" width="245" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://sphotos-a.xx.fbcdn.net/hphotos-ash3/s480x480/523535_409841372396984_1349328217_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="http://sphotos-a.xx.fbcdn.net/hphotos-ash3/s480x480/523535_409841372396984_1349328217_n.jpg" width="236" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif;">Para
ser popular, então, é necessário que o jornal dê tanto destaque somente a
mulheres seminuas e violência? Que pesquisa confirmou que esses são os únicos
assuntos que interessam à comunidade? E quanto àquelas características que
promovem o fortalecimento de valores éticos e morais? Ficam mais bonitas no
papel, não é? </span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";"><b>Não,
não é.</b><o:p></o:p></span></div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/17639580091576106870noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3176634623226540613.post-57386835545008128042013-05-16T06:44:00.003-07:002013-05-16T07:07:11.825-07:00Internet Radical<i>Por Henrique Gonzaga e
Rones Maciel</i><br />
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><br /></span>
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">A
internet tem na sua essência a troca de informações. Porém, essa interação,
desde o surgimento entre os anos 1970 e 1980, mesmo com fins militares, buscava
no campo da pesquisa nas universidades, promover a troca e o intercâmbio de
ideias. Diferente do rádio e da TV, ela pode tomar proporções desordenadas ou
caiu nas mãos do povo e promover uma revolução. A internet, antes, apenas com
fins de pesquisa e comunicação, se populariza nos anos 1990 e torna-se o que e
hoje, claro, com maior amplitude e dinamismo, mesmo sem chegar a todos.</span><br />
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><br /></span>
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">Assim
surge a mídia radical, tendo na internet o espaço para popular e aberto para
todos, mesmo com suas limitações impostas pelos provedores e governos de olho
nos conteúdos que circula pela rede mundial de computadores. Ela pode se tornar
um elemento, uma ferramenta para dar voz a pequenos movimentos sem vozes nos
grandes meios de comunicação. As causas de negros, gays ou movimentos sem terra
podem lutar pelos seus direitos e utilizando um bem que é de todos: a liberdade
de expressão.</span><br />
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><br /></span>
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">Para
que haja essa transformação social é preciso democratizar o meio ou meios. A
internet toma espaço não mais de mediador, intermediário, mas sim, o canal para
a emissão, recepção e emissão. O emissor e receptor torna-se um só.</span><br />
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><br /></span>
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">Ações
como ter uma rádio comunitária, que antes era proibida graça a Lei que
regulamenta as rádios comunitárias no Brasil, ou simplesmente porque grupos
políticos e de comunicação não deixam que essas emissoras possam funcionar como
é de direito, a internet faz valer o direito de se expressar. Exemplo disso é o </span><a href="http://www.bairroellery.com.br/" style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;" target="_blank">site do bairro Ellery</a><span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">, em Fortaleza. A associação do bairro manteve uma rádio
comunitária no ar, a Mandacaru FM. Sem poder se manter e grandes custos com
manutenção e pessoal, obrigou a grupo fechar a única voz com grande amplitude
da comunidade. Porém, isto não foi suficiente para calar os moradores do
Ellery, hoje o site é mantido pela comunidade, além dos serviços sociais, a
emissora em formato radioweb.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: right;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjEkmPqfpwSn7UZLEBlB1RyopFAYe4ru1D-zM5nLkqRRtXsZ3ICbKG-RSxXfl2Q94-qpAQqTDA3vmpQPYJvTfktSAZH8z1v3rbxgamEKAIrvjIcsWNU9OexVmajNn9vlIQYIRTZ21PKj6_X/s1600/site+bairro+ellery.png" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjEkmPqfpwSn7UZLEBlB1RyopFAYe4ru1D-zM5nLkqRRtXsZ3ICbKG-RSxXfl2Q94-qpAQqTDA3vmpQPYJvTfktSAZH8z1v3rbxgamEKAIrvjIcsWNU9OexVmajNn9vlIQYIRTZ21PKj6_X/s400/site+bairro+ellery.png" height="218" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Página inicial do bairro Ellery, em Fortaleza</td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 150%; text-indent: 35.4pt;"><br /></span>
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 150%; text-indent: 35.4pt;">Tudo
que acontece na comunidade e de relevante está presente na radioweb e no site
da comunidade. A informação não tem mais intermediário, não necessitada
depender que emissora X vá à comunidade para noticiar, na sua maioria das
vezes, a violência local. O conteúdo além de ser da realidade do bairro, a
leitura dos fatos é feita pelos próprios para os próprios moradores.</span><br />
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 150%; text-indent: 35.4pt;"><br /></span>
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 150%; text-indent: 35.4pt;">Mesmo
com toda a integração da comunidade, a internet ainda custa caro e não é para
todos. O acesso caro faz com que a exclusão social reflita na exclusão digital.
A</span><i style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 150%; text-indent: 35.4pt;"> lan house</i><span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 150%; text-indent: 35.4pt;">, as poucas que ainda
existem, é a única forma de acesso para muitas pessoas que não têm condições de
comprar um computador, e se compra, não tem as condições para pagar uma
internet de qualidade.</span><br />
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 150%; text-indent: 35.4pt;"><br /></span>
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 150%; text-indent: 35.4pt;">O
acesso não é o único problema. Mesmo com acesso, há ainda alguns fatores que
não contribuem nesse processo de democratização da comunicação. Competências
técnica, cognitiva e cultural interferem na inclusão digital. A Técnica estaria
para uso das ferramentas digitais, desde equipamentos como câmeras, gravadores
às plataformas e soft de computadores para edição e melhor uso das plataformas
de disponibilizar conteúdos; A cognitiva seria o planejamento, a gestão e de
que forma organizacional essas ferramentas digitais trazem de retorno para
usuário, seja ele individual ou coletivamente; e por fim, a cultural, que com o
uso dessas tecnologias para fins de manifestação, troca de conhecimento, validação
e atuação social e política por meio das tecnologias da informação.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Mesmo
com suas limitações e uso ainda restrito por alguns grupos, Forte ressalta que
os movimentos ou grupo menores, utilizam na mídia radical o poder de produzir
seu conteúdo. Para ela, seria o exercício do poder de produzir e consumir
informações que os veículos massivos, no qual se encaixa a internet, porém nas
mãos de poucos, não dão visibilidade. Há uma maior circulação de informação na
rede, sem intermediares de conteúdo. <o:p></o:p></span><br />
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Nem
toda liberdade é plena. Pelo menos, tentam os governos que lutam para que o
pouco de liberdade de expressão conseguido com a internet seja garantido por
muito tempo. O governo americano, por exemplo, tenta de todas as formas aprovarem
leis que restrinjam a atuação de alguns grupos na internet. Eles lutam que
certos conteúdos sejam proibidos e retirados, assim como seus produtores
respondam na justiça pelos mesmos. Projetos como <i>SOPA</i>, que seria uma forma de combater a pirataria na rede e o <i>PIPA</i>, na proteção da propriedade
intelectual são debatidos com o propósito que seja aprovado. Para os EUA, a
liberdade na rede é vista como ameaça a segurança nacional.<o:p></o:p></span><br />
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Movimentos
ambientalistas como o Greenpeace utiliza a rede para movimentar as discursões
que envolvem os assuntos de preservação e contra os crimes ambientais em todo o
mundo. No Brasil, alguns movimentos são pioneiros no uso da rede para
manifestar sua indignação e dar voz as suas bandeiras como o MST. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Diante
de todas essas colocações, a liberdade de expressão é o que marca a mídia
radical, por meio da internet. E essa liberdade estaria também na sua forma de
produção. Sites colaborativos, como os da plataforma wiki, que liberam seus
códigos fontes e conteúdos para serem editados por qualquer em torno do mundo
na internet. <o:p></o:p></span><br />
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">O
Institute for Global Communications, fundado em 1987 é uma das referências
nesta proposta de agrupar organizações e conteúdos de forma colaborativa na
rede com o intuito de promover a disseminação de informações através de redes
espalhadas pelo mundo. <o:p></o:p></span><br />
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Se
a mídia radical vai sobreviver por muito tempo, vai depender da atuação dos
movimentos, grupos e causas envolvidas e também no desenvolvimento de uma
cultura mais crítica, participativa e inclusiva, pois não adianta queremos
revolucionar o mundo, se não conseguimos transformar o que está a nossa volta. <o:p></o:p></span></div>
Unknownnoreply@blogger.com2