quarta-feira, 4 de julho de 2012

Democratizar os meios de comunicação é possível e necessário



A participação popular nos meios de comunicação está ganhando mais espaços através da internet, do rádio, dos impressos em geral, até mesmo em alguns canais de televisão. Isso porque as reivindicações do povo ultrapassam as barreiras dos pequenos grupos locais para alcançar e construir coletivamente espaços de troca de informação e de interação entre os movimentos sociais e  entidades.




A comunicação popular ajuda na divulgação das ações políticas, na organização interna dos grupos e dos movimentos e dá visibilidade para as suas reivindicações.O que é muito importante para legitimar as lutas e as estratégias de enfrentamento contra o sistema político atual no Brasil, América Latina e Caribe. Neste contexto, a ADITAL, Agência de Informação Frei Tito para América Latina , surge em 1999 para contribuir na socialização dos meios de comunicação.

Ermanno Allegri, diretor executivo da ADITAL, conta que na década de 90 trabalhou com rádios comunitárias e com a ajuda das entidades italianas - a Fundação "Rispetto e Paritá", a Agência de Notícias "Adista", a Rede "Radiè Resch", conseguiu subsídios e estrutura necessária para montar a iniciativa, com 13 anos de atuação, nas versões em Português e Espanhol .

A ADITAL, um veículo de comunicação que se pauta pelos grupos minoritários - camponeses,operários,negros, indígenas,homossexuais,crianças e adolescentes - , tem como objetivo fazer jornalismo social. Ultrapassa limites e mostra ao mundo as questões que afetam diretamente ou indiretamente a realidade dos povos que vivem nos países subdesenvolvidos.

A agência abre espaço, através de notícias e artigos de opinião, para a participação daqueles que não conseguem visibilidade nas mídias de grande alcance cumprindo o papel social da informação e defendendo a comunicação como direito de toda a sociedade. "Nossa agência de notícias faz aparecer o que era invisível, mostra que a América Latina está mudando por conta da ação popular, é o povo que está nas ruas",esclarece Ermanno.

É comum que as mídias comunitárias ou alternativas passem por dificuldades financeiras. Não é diferente da realidade da ADITAL, mas a equipe envolvida na coordenação da Agência, explica que existem projetos para gerar recursos para dar conta das atividades e continuar a cobertura das diversas manifestações (políticas,culturais e artísticas), produzindo as matérias pela América Latina afora.

Rogéria Araújo editora da ADITAL, diz que "mesmo com poucos recursos a gente se divide nas tarefas de responder os e-mails e mailings com sugestões de pautas, ainda ter que sair da redação para produzir matérias e até mesmo permanecer em determinados locais para pesquisa".



Um exemplo usado por Rogéria é a produção de um especial sobre o Haiti que está em fase de construção. "Devido nossa dificuldade em manter a equipe em outro país por um tempo indeterminado. Insistimos no objetivo e procuramos meios alternativos e parcerias para continuar realizando as tarefas,mesmo assim não deixamos de atualizar o site diariamente", disse ela.

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Produção:
Imagens:Francisco De Assis
Áudio:Rafael Miranda e Wesley Lima
Texto:Raquel Luz e Silvana Bezerra
Jornalismo Multimídia UFC

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