Ativistas da mídia radical tem se organizado de forma cada vez mais objetiva

Os meios de comunicação de massa, pelo seu alcance e importância, encontram-se na conjuntura atual sob o domínio de ideologias dominantes. Portanto, atuam para a manutenção do próprio estado em que se encontra a sociedade, ou seja, defendem o status quo vigente. Resta àqueles que não se vêem incluídos na classe dominante ou não são atendidos pelas reformas e movimentos sociais promovidos em massa manifestarem-se de forma alternativa, buscando apoio através da solidariedade entre aqueles que compartilham as mesmas opiniões.

Como meio alternativo de mídia, a internet tem se tornado o meio mais útil a que se destina a mídia radical, pois tornou-se um espaço em que idéias podem ser divulgadas com um maior nível de liberdade de posicionamento e independência produtiva. Outro caráter integrante seria a facilidade de divulgação das informações, que fazem com que os objetivos dos movimentos sociais que surgem atualmente sejam ouvidos e disseminados amplamente, sem necessitar de uma avaliação prévia de qualquer estrutura controladora que atue de acordo com a ideologia hegemônica.

Vê-se então um espaço de diálogo independente em que os interlocutores tornam-se ativistas, tornando as discussões em atos políticos que visam resistir às várias formas de opressão (étnica, religiosa etc) e atingir as instituições responsáveis, que muitas vezes tem seu espaço de atuação reservado na mídia de massa. Assim, aqueles que se servem da mídia radical tornam-se responsáveis pelo que divulgam e por defender os ideais que promovem, tendo o alcance aumentado pelo fenômeno de reverberação presente no próprio meio, que se alastra e se desprende do próprio emissor, ganhando força capaz de influenciar decisões no plano político institucional e econômico. Evidencia-se esse fato na indústria de entretenimento e nas campanhas publicitárias, que, além de ser valer da mídia, consultam os meios alternativos afim de avaliar suas ações no mercado.

Para melhor atingir o fim a que se propõe, os ativistas da mídia radical tem se organizado de forma cada vez mais objetiva e especifica no seu modo de atuação, adequando-se à linguagem e ao meio que se utiliza. O movimento ganha, portanto, mais solidez e passa a ser visto mais seriamente por aqueles que podem ser atingidos por suas atividades.

Por Herbênya Alves