quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

A imprensa alternativa : uma nova idéia de comunicação e veiculação de notícias

O termo imprensa alternativa é bastante discutido no meio da comunicação. Ele surgiu na década de setenta, com a criação de jornais que faziam críticas a ditadura militar da . Era conhecida como a imprensa “nanica”, que estava inferior ao jornalismo tradicional, a chamada grande imprensa. Mas nada disso tirava o brilho destes novos jornais, pois eles aguçavam a curiosidade da sociedade da época, e ameaçavam os grandes jornais monopolizadores.
Estas brincadeiras pejorativas acabaram por criar uma magia em torno desta imprensa, uma metáfora que os pequenos destruiriam os gigantes (Davi e Golias), o que ajudou a popularizar este tipo de mídia.

Mas como podemos definir o que é imprensa alternativa ou o que é a grande imprensa, se as grandes imprensas (em sua maioria) nada mais são do que imprensas pequenas que receberam um apadrinhamento de grandes personalidades, políticas ou não, e que acabaram por comprar seus pontos de vista e defendê-los? Então podemos observar que o tipo de imprensa alternativa é identificado através do conteúdo de suas publicações, das noticias que ela veicula e o estilo de abordagem dos temas, que devem ser fiéis as verdades da notícia e não tendenciosas a algum ponto de vista comprado.

Alguns afirmam que o auge deste tipo de imprensa foi durante a ditadura, mas observamos vários tipos de manifestações atuais desta nova maneira de se expressar e se comunicar com a população, como por exemplo: os blogs de notícias, os pequenos jornais de bairro, os grupos empresariais que patrocinam manifestações de pequenos grupos de jornalistas.

Podemos também perceber, de acordo com a história desta imprensa, que ela já foi taxada de imprensa de esquerda, dos trabalhadores, de oposição. Mas não podemos admitir esta classificação, pois caso a verdade da notícia vá ao encontro de algum interesse político-empresarial de direita, esta imprensa tem por obrigação de relatar o acontecimento na sua integra.

Infelizmente, hoje em dia a imprensa é em sua maioria tendenciosa. Então quando observamos um tipo de manifestação de notícias que é descompromissado logo pensamos no termo "alternativa". Mas, via de regra, o jornalismo através de pequenos meios de publicação é que são definidos na história como alternativos.
Hoje também observamos o engajamento de empresários na divulgação deste tipo de mídia, o que é importante para a viabilização dos custos destas impressões. Apenas não se pode deixar que os interesses destes empresários se sobreponham ao conteúdo que deve ser veiculado nestas publicações.
Uma característica marcante desta mídia também é a veiculação de noticias que são negligenciadas pela esfera midiática, o repasse de informações que foram descartadas pelos principais meios de comunicação. Assim , por vezes este tipo de mídia assume uma posição de neutralidade ou ambigüidade, dependendo do fato. Podemos notar a presença de defesas de grupos de esquerda, mas esta não é uma regra da imprensa alternativa.
Temos no Brasil alguns representantes importantes deste tipo de mídia: A Carta Maior e o Jornal Brasil de Fato, que lutam para sobreviver com poucos recursos e também para se esquivar dos massacres sofridos pela grande imprensa. Eles veiculam artigos, notícias, coberturas televisivas e outras inovações. Inclusive, o Jornal Brasil de Fato virou uma agência de notícias também: na internet, informações atualizadas sobre os movimentos sociais nas mais diversas áreas.
É importante para nós quanto cidadãos estar em contato com todo tipo de mídia, inclusive a independente, que nos permite uma gama maior de noticias que para a elite pode ser descartada, mas para nossa realidade pode ser analisada e aproveitada.
Por todo o mundo observamos estes tipos de manifestações inovadoras. Na internet, contamos com sites de discussões de temas atuais, sites que atualizam notícias que não são veiculadas nos grandes meios de comunicação, e assim podemos compartilhar desta opção independente de entender os acontecimentos e de ter a oportunidade de formar novas opiniões sobre nosso cenário social e político.

Por Adriana de Sá

Nenhum comentário:

Postar um comentário