segunda-feira, 29 de abril de 2013

A compreensão do cotidiano como um lugar para a reprodução social dos indivíduos em sociedade


Para o entendimento dessas formas de reprodução social, o sociólogo francês Pierre Bourdieu (1991) apresenta o poder das representações sociais através dos moldes como a sociedade, grupos particulares ou indivíduos pensam a respeito de si e dos outros.
Num entendimento mais amplo, é através da forma como ocorrem as frequências dos comportamentos vivenciados entre esses indivíduos de interação social que se define os estilos de vida através do habitus.

Essas novas estruturas criam uma espécie de diferenciação, muitas vezes não percebida, mas que são introjetadas dentro do espaço da sociedade apresentando o extremo do gosto pela necessidade como o gosto pela ostentação ao luxo. É nesse momento em que percebemos a participação da sociedade em capitalizar esse gosto pela constante necessidade e, ao mesmo tempo, vislumbramos o uso de propriedades e condições materiais para diferenciá-los.
Bourdieu identificou essa disparidade entre as populações que são definidas pela classe econômica através de uma pesquisa realizada na França que diagnosticou duas condições expostas à sociedade devido aos privilégios recebidos ou não pelas classes distintas: no primeiro momento, um grupo consumia alimentos mais gordurosos, praticava esporte com maior contato físico e utilizavam menos produtos de higiene pessoal. No segundo momento, outro grupo consumia alimentos saudáveis, praticava esporte com menos esforço físico e usavam diversos produtos de higiene.
 Com isso, ilustramos a discrepância que existe por conta dessas condições sociais que não são optativas devido ao querer popular, mas sim, graças ao poder sócio-econômico em que se encontra o grupo.
O autor ainda fala sobre as produções e obras de capital em cada classe/grupo no qual se determina o que seria o seu espaço social.
Mesmo os indivíduos entendendo suas funções dentro de um determinado espaço, para Boudieu, o cotidiano é o lugar onde pode ser encontrada a regra e o improviso de ações. Em um dado momento, aquele ser social desprovido de recursos capitais pode desempenhar a mesma atividade daquele que ostenta o luxo através dos acontecimentos de percurso.
Por fim, entendemos que para estabelecer a relação entre o popular e a comunicação, precisamos nos submeter a uma troca, ou até mesmo reciprocidade, nos valores pré-definidos desde nosso nascimento, nas formas como o dinamismo social nos molda para efetivar nossas tarefas rotineiras e até mesmo compreender como o outro indivíduo (ou grupo) trabalha suas interações interpessoais e sociais.

Por Gabriel Mota

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