Para o entendimento dessas formas de reprodução social, o
sociólogo francês Pierre Bourdieu (1991) apresenta o poder das representações
sociais através dos moldes como a sociedade, grupos particulares ou indivíduos
pensam a respeito de si e dos outros.
Num entendimento mais amplo, é através
da forma como ocorrem as frequências dos comportamentos vivenciados entre esses
indivíduos de interação social que se define os estilos de vida através do habitus.
Essas novas estruturas criam uma
espécie de diferenciação, muitas vezes não percebida, mas que são introjetadas
dentro do espaço da sociedade apresentando o extremo do gosto pela necessidade
como o gosto pela ostentação ao luxo. É nesse momento em que percebemos a
participação da sociedade em capitalizar esse gosto pela constante necessidade
e, ao mesmo tempo, vislumbramos o uso de propriedades e condições materiais
para diferenciá-los.
Bourdieu identificou essa disparidade
entre as populações que são definidas pela classe econômica através de uma
pesquisa realizada na França que diagnosticou duas condições expostas à
sociedade devido aos privilégios recebidos ou não pelas classes distintas: no
primeiro momento, um grupo consumia alimentos mais gordurosos, praticava
esporte com maior contato físico e utilizavam menos produtos de higiene
pessoal. No segundo momento, outro grupo consumia alimentos saudáveis,
praticava esporte com menos esforço físico e usavam diversos produtos de
higiene.
Com isso, ilustramos a discrepância
que existe por conta dessas condições sociais que não são optativas devido ao
querer popular, mas sim, graças ao poder sócio-econômico em que se encontra o
grupo.
O autor ainda fala sobre as produções
e obras de capital em cada classe/grupo no qual se determina o que seria o seu
espaço social.
Mesmo os indivíduos entendendo suas
funções dentro de um determinado espaço, para Boudieu, o cotidiano é o lugar
onde pode ser encontrada a regra e o improviso de ações. Em um dado momento,
aquele ser social desprovido de recursos capitais pode desempenhar a mesma
atividade daquele que ostenta o luxo através dos acontecimentos de percurso.
Por fim, entendemos que para
estabelecer a relação entre o popular e a comunicação, precisamos nos submeter
a uma troca, ou até mesmo reciprocidade, nos valores pré-definidos desde nosso
nascimento, nas formas como o dinamismo social nos molda para efetivar nossas
tarefas rotineiras e até mesmo compreender como o outro indivíduo (ou grupo) trabalha
suas interações interpessoais e sociais.
Por Gabriel Mota
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