segunda-feira, 29 de abril de 2013

Esquenta: Apropriação do popular pela grande mídia


Com um ar de samba de quintal, família reunida, crianças brincando e amigos reunidos em um domingo para cantar, gargalhar e jogar papo fora. Bem que poderia estar descrevendo realmente um encontro informal, mas ele saiu da porta dos fundos e foi parar drento da sua televisão.  
 O programa Esquenta, comandado pela apresentadora Regina Casé, que já tem no seu histórico televiso um apreço por programas que mostram ‘a cara do povo brasileiro’ leva para casa de todos os brasileiros aos domingos um programa mais do povo.
 Mas o que isto teria a ver com as cinco frentes culturais definidas pela comunicóloga Itânia Gomes (2005)? Três. Pois a breve analise que discorrerei sobre o programa Esquenta serão levados em consideração a relação de consumo cultural de Canclini, o uso social dos meios de Martín-Barbero e o enfoque integral da audiência guiada por Guilherme Orozco Gómes (COSTA FILHO). As três idéias desses autores fazem com que o programa Esquenta seja considerado um programa popular para a audiência.
O programa da Regina Casé chega a ser comparado com um programa popular pelos receptores por ser um programa que mais se aproxima do que seria a realidade do povo brasileiro, principalmente nas regiões onde as comunidades, antigas favelas, se fazem presente, é lá que as pessoas irão se identificar.
A comunicação é pensada, então, por sua relação com a cultura por ser uma atividade produtora de sentido e laços societários. Tem, então, um “caráter de processo produtor de significações e não de mera circulação de informações, no qual o receptor, portanto, não é um simples decodificador daquilo que o emissor depositou na mensagem, mas também o produtor” (MARTÍN-BARBEIRO, 1998, p.299).

O programa dominical da Globo ganha força a cada domingo por ser algo em que a população entende o que está acontecendo e compartilha do todo o que seria o ‘Esquenta’. A própria estética do programa, a fala, a produção é baseada em um receptor especifico, em um contexto sócio-cultural em busca da audiência. Essa audiência cria laços entre as pessoas que fazem parte desse contexto social tecido pela mídia. Já que, músicas, gírias, danças apresentadas no programa será assunto no outro dia para muitos que se apropriam delas e as utilizam em seu dia-a-dia, essa comunicação invisível citada por Ferreira (2005, p. 11) acaba construindo laços onde essas mensagens serão disseminadas durante o cotidiano do individuo, já que o receptor estará sendo sempre um emissor.

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