quarta-feira, 15 de maio de 2013

Imprensa Sindical no Brasil

Por: Diana Valentina, Gabriel Maia e Soriel Leiros

“O jornal é fundamental. Ele forma, ele organiza, ele orienta.” Esta frase, dita logo no início por um dos entrevistados do vídeo apresentado no Seminário, chama a atenção pela simplicidade e o papel que o jornal tem no contexto da Comunicação.

Como bem sabemos a comunicação hoje ocupa lugares variados e faz parte de instituições que antes não se podia imaginar. Empresas, partidos políticos, associações, igrejas e sindicatos hoje são produtores de informação.

Nesse caminho, os sindicatos começaram a fazer parte desse fluxo integrando ações de comunicação como estratégias para sua luta no movimento sindical. Nesse sentido, podemos observar que o movimento sindical, desde a sua criação nos anos 80, sempre foi pioneiro quando se trata de comunicação.  De acordo com uma pesquisa do IBGE, em 2001, revelou que os sindicatos brasileiros utilizavam em média cinco tipos diferentes de estratégias de comunicação, entre eles o rádio.

Como exemplo de jornal sindical, temos o A Voz do Trabalhador, que começou a circular em 1908 e foi criado pela Confederação Operária Brasileira, no Rio de Janeiro. Tinha como missão informar as condições dos trabalhadores no Brasil. O jornal circulou  até 1915, cobrindo greves, repressões, a vida nos sindicatos entre outras manifestações.
Outro periódico do movimento sindical foi o jornal A Frente Operária, que circulou em São Paulo de 1960 a 1988. Esse jornal tinha uma linha reivindicatória e seu conteúdo era direcionado somente ao movimento sindical.





O Folha Bancária, é um jornal do Sindicato dos Bancários de São Paulo e foi um dos primeiro veículos de comunicação sindical no Brasil. O periódico começou a circular em 1928 com o nome de Vida Bancária e em 1930 mudou para seu nome atual. Desde 2007, o jornal tem a periodicidade bissemanal com tiragem de 100 mil exemplares. É um dos exemplos de jornal sindical com grande tiragem e que funciona atualmente.



Fazendo Jornalismo Sindical

O Jornalismo Sindical, tema do Seminário, tem como característica fundamental a parcialidade, ou seja, há uma defesa da classe, dos direitos dos trabalhadores, diferentemente da lógica dos veículos comerciais, que não possuem um posicionamento político declarado.

Os atores desse tipo de Jornalismo dividem-se basicamente em dois: jornalistas e dirigentes de movimentos sindicais, um dependendo do outro para a difusão da informação.

A produção de conteúdos pelas equipes assemelha-se muito ao trabalho desempenhado pelas assessorias de comunicação, isto é, um trabalho polivalente, multifuncional. No Jornalismo Sindical, geralmente, conta-se com efetivos reduzidos, sobrecarga de trabalho e os próprios documentos dos sindicatos assim como dirigentes e militantes funcionam como fontes de pesquisa para a elaboração de materiais e conteúdos.

Outro ponto de destaque é que o fazer jornalístico acaba funcionando como uma extensão do pensamento ideológico dos sindicalistas.
Quanto à rotina de produção, há uma relação de dependência com os dirigentes e militantes do sindicato na produção de matérias além de uma limitação no ambiente de trabalho.

Imprensa sindical e as novas formas de comunicação

Se antes os sindicatos tinham como principal objetivo de sua comunicação a atrair novos membros para a sua luta, hoje ela visa atingir a opinião pública e difundir esse movimento. Com as novas formas de comunicação, a variedade de produtos comunicacionais aumentou. Hoje junto com os boletins e jornais, temos programas de rádio, de TV, blogs, sites e páginas em redes sociais.



Essas novas formas de comunicação nos mostram que não somente a grande mídia no Brasil é capaz de produzir e difundir informações.

Imprensa Sindical na web

Uma grande aliada dos movimentos populares, bom como da imprensa sindical, atualmente, é a internet. Antes de sua criação, os jornais ligados aos sindicatos se limitavam apenas a veículo impresso, considerado um meio caro para essas instituições, pois precisavam desembolsar dinheiro para pagar a impressão dos exemplares.

Com a internet, a imprensa sindical pôde levar suas reivindicações para a plataforma web. Além de ser local ilimitado, o ciberespaço tem como uma de suas maiores características o fácil acesso e a gratuidade, na maioria da vezes. 

3 comentários:

  1. Interessante. Dada a leitura, percebemos a importância da participação de jornalistas nos movimentos sindicais de modo a agregar valor e informações aos sindicalistas que, em muitos momentos, são privados de uma comunicação com seus similares.

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  2. A gente aprende que jornalista tem que ser imparcial, mas isso não é, nem de longe, o que acontece nos grandes veículos. No jornal impresso, por exemplo, a linha editorial acaba sendo influenciada pelos interesses comerciais. Mas é interessante observar esse outro tipo de parcialidade, usada em favor das minorias. Estruturas como sindicatos devem se colocar para o mundo e lutar com as armas disponíveis. E porque não fazer isso através da comunicação? Foi-se o tempo em que as manifestações sindicais podiam ser abafadas pela opressão.


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  3. Em 1969 quando foi empossado o diretor do sindicato dos metalúrgicos do ABC Paulista, não imaginariam que a comunicação sindical chegaria nos moldes atuais, e nem que os patrões também teriam um sindicato que reivindicariam suas exigências como os operários. Atualmente, com a força da internet, os jornais sindicais não se limitam apenas as mídias impressas!

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