sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Vídeo popular, Uma idéia na cabeça e uma câmera na mão


O vídeo popular é uma manifestação intensa, mas em geral isolada, onde fica evidente a dificuldade de articular-se uma troca e uma discussão constante entre os diferentes grupos populares a partir de uma temática em comum.

As primeiras entidades que patrocinaram e deram espaço para esses vídeos serem produzidos foram as igrejas e as universidades, que serviram como grandes núcleos de oficinas de aprendizagem, de técnicas e edição do material, que posteriormente seria exibido em grandes espaços públicos por telões.

Alguns exemplos de Movimentos Sociais engajados na produção de vídeos populares são a Associação de moradores, os Direitos humanos e o Movimento sem terra (MST). Os vídeos são classificados em categorias: Autoscopia, Registro, Edição simples, Documentário e Roteiro original.

Autoscopia é quando são feitas filmagens internas, ao acaso sem nenhuma intenção de publicar o material posteriormente.

Registro é a filmagem de eventos sem roteiro prévio.

Edição simples são esses registros editados sem roteiro, meramente organizados e com cortes bruscos de edição

Documentário é um vídeo baseado na realidade da comunidade e possui um roteiro prévio.

Roteiro Original pode ser ficção e possui elementos de dramatização.

Esses vídeos são pequenas células revolucionárias se movimentando e gerando registros de suas realidades com denúncias de torturas e descaso pela mídia, força policial e políticos do país.

A valorização dessa pluralidade de vozes e acesso as tecnologias midiáticas permite que mesmo não sendo publicado nos grandes jornais e transmitido pelas grandes rádios as denúncias cheguem ao conhecimento da grande mídia. O que acontece é que esse jovem da comunidade, com a câmera na mão, posta um vídeo que pode ter milhares de acessos e por demanda e pressão da opinião pública precisa ser publicado pela impressa.

Portanto, os movimentos populares podem através dos vídeos abrir pequenas brechas nos grandes monopólios midiáticos e criar fissuras que deixem entrar um pouco da luz de realidade na casa de todos nós.

Por Natália Tavares

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