Por
Gustavo Freitas
Os CUCAs, centros de promoção de
arte, cultura e lazer, são equipamentos da Prefeitura Municipal de Fortaleza
criados para atender jovens e adultos em áreas de vulnerabilidade social. Esses
equipamentos estão situados em bairros de maior índice populacional e fácil
acesso aos outros bairros de seu entorno, como a Barra do Ceará, o Jangurussu e
o Modubim.
Esses centros vêm transformando a
realidade de muitas pessoas da capital cearense. Os cursos oferecidos, além de
formar politicamente jovens e transformá-los em multiplicadores de uma
consciência politica nos bairros, forma-os para o uso de equipamentos de comunicação,
por exemplo.
Entre todas as possibilidades
oferecidas na Rede CUCA, a revista comunidades fez um apanhado sobre o
desenvolvimento de atividades voltadas para as questões da comunicação e conferiu
a forma como equipamentos como Rádio e TV estão integrando a juventude e
gerando interesse nas pessoas.
Os CUCAs estão divididos em três
diretoria: de Educação, Difusão e Programação Cultural e Promoção de Direitos
Humanos. Esta última, é a responsável por formações de promoção da saúde,
formação política para participação social juvenil, Comunicação Popular e
Economia Criativa. A intenção do equipamento é trazer jovens para seu ambiente
e fazer com que eles, através de suas próprias demandas, desenvolvam programações
que venham a atender demandas de interesse social, especialmente, que se
relacionem com a realidade da comunidade em que vivem.
Gecíola Fonseca, Supervisora de
Comunicação Popular e Cidadania do CUCA Jangurussu, destaca a comunicação como
sendo um direito das pessoas e que muitas comunidades, especialmente as mais
pobres, não o tem. “Aqui damos voz e vez aos alunos. Nosso principal objetivo é
acompanhar jovens, formando-os, para que se apropriem dos espaços, dos
materiais aqui disponíveis e produzam. As comunidades dessa região, por
exemplo, na maioria das vezes só se veem em programas policiais e as matérias
lá transmitidas não descrevem a realidade. O que é produzido aqui sim, o lado
bom da rotina comunitária é evidenciado e as temáticas são assuntos de
interesse real da população”, disse.
Apesar dos CUCAs serem
equipamentos de oferecimento de meios e fomento à comunicação, podem se
encaixar em características de veículos comunitários trazidas por Beatriz
Dornelles no texto Imprensa Local. Através de seus programas de rádio,
produzidos pelos jovens da comunidade e das atividades audiovisuais, os CUCAs
gera empatia e proximidade com o local no qual está inserido, cria um ambiente
de familiaridade através de um resgate de identidades e raízes históricas e
culturais e dá margem para a pluralidade e diversidade de expressões.
Gecíola Fonseca, entrevista pela Comunidades esclarece ainda que
nas formações em rádio, por exemplo, os profissionais não se prendem a roteiros
de ensino e notas de aula, pois, preferem deixar o jovem apresentar aquilo que
quer aprender e sob qual viés quer trabalhar. Um dos projetos do CUCA
Jangurussu é pôr no ar uma rádio com programação fixa. Plano que já está se
concretizando. Todas as quartas, os jovens apresentam uma programação de duas
horas. As pautas são escolhidas por eles, aplicadas em um contexto comunitário
e trabalhadas. Em junho, por exemplo, dois dos temas a serem abordados são: redução
da maioridade penal e diversidade, temas que atingem a periferia da cidade com
uma forma ainda mais negativa do que é abordada pela grande mídia.
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