sábado, 27 de junho de 2015

A rede CUCA e as novas perspectivas comunitárias

Por Gustavo Freitas
Os CUCAs, centros de promoção de arte, cultu­ra e lazer, são equipamentos da Prefeitura Muni­cipal de Fortaleza criados para atender jovens e adultos em áreas de vulnerabilidade social. Esses equipamentos estão situados em bairros de maior índice populacional e fácil acesso aos outros bairros de seu entorno, como a Barra do Ceará, o Jangurussu e o Modubim.
Esses centros vêm transformando a realidade de muitas pessoas da capital cearense. Os cursos oferecidos, além de formar politicamente jovens e transformá-los em multiplicadores de uma consciência politica nos bairros, forma-os para o uso de equipa­mentos de co­municação, por exemplo.

Entre todas as possibilidades oferecidas na Rede CUCA, a revista comu­nidades fez um apanhado sobre o desenvolvimento de atividades voltadas para as questões da comunicação e con­feriu a forma como equipamentos como Rádio e TV estão integrando a juventude e gerando inte­resse nas pessoas.
Os CUCAs estão divididos em três diretoria: de Educação, Difusão e Programação Cultural e Promoção de Direitos Humanos. Esta última, é a responsável por formações de promoção da saúde, formação política para participação social juvenil, Comunicação Popular e Economia Cria­tiva. A intenção do equipamento é trazer jovens para seu ambiente e fazer com que eles, através de suas próprias demandas, desenvolvam progra­mações que venham a atender demandas de in­teresse social, especialmente, que se relacionem com a realidade da comunidade em que vivem.

Gecíola Fonseca, Supervisora de Comunicação Popular e Cidadania do CUCA Jangurussu, des­taca a comunicação como sendo um direito das pessoas e que muitas comunidades, especial­mente as mais pobres, não o tem. “Aqui damos voz e vez aos alunos. Nosso principal objetivo é acompanhar jovens, formando-os, para que se apropriem dos espaços, dos materiais aqui dispo­níveis e produzam. As comunidades dessa região, por exemplo, na maioria das vezes só se veem em programas policiais e as matérias lá transmitidas não descrevem a realidade. O que é produzido aqui sim, o lado bom da rotina comunitária é evi­denciado e as temáticas são assuntos de interesse real da população”, disse.
Apesar dos CUCAs serem equipamentos de ofe­recimento de meios e fomento à comunicação, podem se encaixar em características de veículos comunitários trazidas por Beatriz Dornelles no texto Imprensa Local. Através de seus programas de rádio, produzidos pelos jovens da comunida­de e das atividades audiovisuais, os CUCAs gera empatia e proximidade com o local no qual está inserido, cria um ambiente de familiaridade através de um resgate de identidades e raízes históri­cas e culturais e dá margem para a pluralidade e diversidade de expressões.

Gecíola Fonseca, entrevista pela Comunidades esclarece ainda que nas formações em rádio, por exemplo, os profissionais não se prendem a rotei­ros de ensino e notas de aula, pois, preferem dei­xar o jovem apresentar aquilo que quer aprender e sob qual viés quer trabalhar. Um dos projetos do CUCA Jangurussu é pôr no ar uma rádio com programação fixa. Plano que já está se concre­tizando. Todas as quartas, os jovens apresentam uma programação de duas horas. As pautas são escolhidas por eles, aplicadas em um contexto comunitário e trabalhadas. Em junho, por exem­plo, dois dos temas a serem abordados são: re­dução da maioridade penal e diversidade, temas que atingem a periferia da cidade com uma forma ainda mais negativa do que é abordada pela gran­de mídia.


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