sábado, 27 de junho de 2015

Página do Facebook Bairro Serrinha é modelo de comunicação comunitária nas redes

Por Rafaella Girão 
Em meados dos anos 90,quando se falava em comunicação comunitária,logo vinha à cabeça os jornais de bairro, as rádios e os folhetins informativos. Hoje ,com o advento da internet e um aumento significativo de pessoas com acesso as plataformas digitais, os meios de comunicação utilizados pelas comunidades vão além da TV. Uma pesquisa feita pelo IBOPE em 2014 ,por encomenda do governo,aponta que a internet é o segundo meio de comunicação mais usado,ou seja,o “comunicar local” ou a “voz do povo” pode surgir de uma página no Facebook.

E isso é o que vem acontecendo no Bairro Serrinha, a página do Facebook “Bairro Serrinha” vem conquistando os moradores do bairro. Ela surgiu através de uma iniciativa pessoal e hoje, apresenta em suas postagens resultados do cunho econômico, cultural e ideológico da comunidade Serrinha.
Elvis Mesquita,30, publicitário e designer em entrevista compartilharam como o Projeto “Bairro Serrinha surgiu, os critérios utilizados nas postagens e o como a população do bairro se beneficia da página.

Foi através da disciplina de comunicação comunitária na faculdade, que a página surgiu. Elvis e um grupo de colegas iniciaram um trabalho acadêmico no ano de 2012, que consistia em desenvolver uma forma de comunicação para o seu bairro. No início, foi criado um site e uma página no Face book,como o intuito era só para a obtenção de nota,e a professora que avaliou a equipe,disse que eles haviam exagerado na produção dos meios de comunicação. Elvis discordou da professora e outros os estudantes não deram muita vazão a página. Seis meses depois,ele faz uma busca rápida e se surpreende com a quantidade de seguidores,eram 300 seguidores disse ele.

E foi a partir desse interesse que os moradores do bairro tiveram pela página, que o publicitário, através de um trabalho voluntário, decidiu continuar criando conteúdo informativo para a comunidade da Serrinha. “Não é uma tarefa fácil ter que associar minha vida pessoal ao voluntariado, muitos acontecimentos do bairro podem passar despercebidos, mas geralmente dou sempre um jeito de ir lá cobrir da melhor forma possível.”
 As postagens se dividem em três categorias, históricas, atualidades e notícias de última hora. Acontecimentos como: “Vai faltar água amanhã tal hora,” Vacinação na principal praça do bairro, tudo isso é noticiado” diz Elvis. Outro ponto importante é a linguagem como o texto das postagens é construído, respondendo as seguintes perguntas: o que, como, quem, quando? para que a informação não deixe dúvidas. A página também se pauta no agendamento cultural do bairro, eventos juninos, intervenções artísticas, cursos promovidos pela associação do Bairro Serrinha, programas sociais, dentre outros. Quando indagado sobre suas principais fontes, Elvis diz não dar credibilidade para fofocas, e burburinhos, e usa informações de jornais locais.

“Com “relação ao famoso “achados e perdidos”, não é muito comum,” às vezes alguém perde um cachorro, aí a gente faz uma postagem”. Mas, houve um caso muito interessante, um ex-morador estava residindo em São Paulo e não tinha nenhum contato com a família, que ainda morava no bairro Serrinha. Então, foi feito uma postagem contando a história dele e a página possibilitou esse reencontro, isso foi muito gratificante e é por acontecimentos como esses, que o administrador da página Bairro Serrinha continua com seu trabalho voluntariado.

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